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Fidel diz que realidade supera intenção de Obama de retirar embargo

Folha Online

O ex-ditador cubano, Fidel Castro, disse nesta quarta-feira que acredita nas "sinceras intenções" do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, mas que as "realidades objetivas" dos Estados Unidos são mais poderosas que ele.

Por meio de um artigo, Fidel respondeu as declarações do legislador democrata Bobby Rush, que esteve no país nos últimos dias para discutir a questão do embargo americano em Cuba No encontro com o ex-ditador, Rush afirmou que "Obama pode melhorar as relações com Cuba, embora Cube precise ajudar Obama."

Fidel disse ainda ter certeza de que as palavras de Obama são sinceras, como já havia admitido publicamente "antes e depois de sua eleição". Porém, o ex-ditador afirma que as "realidades objetivas" dos EUA são "mais poderosas que as sinceras intenções do chefe de Estado".

O ex-ditador cubano disse a Rush que Cuba não é um país agressor, não ameaça os EUA nem tem "alternativa alguma" que lhe permita "tomar a iniciativa". No entanto, Fidel classificou o encontro como magnífico.

"Não reuni todos porque não tinha espaço para os sete [...]. Pedi [à congressista Barbara Lee] que me visitasse com mais dois legisladores escolhidos pelo grupo. Assim pude encontrar-me com ela mais uma vez", disse o líder cubano sobre sua primeira reunião com legisladores americanos desde que ficou doente em 2006 e, depois, entregou o cargo ao irmão Raúl.

Recentemente, os EUA divulgaram que o governo deverá relaxar algumas das restrições impostas contra Cuba, mas que o país caribenho ainda não tomou as medidas necessárias para se reintegrar plenamente à comunidade interamericana.

Entre as medidas que devem ser anunciadas pelo governo de Barack Obama, segundo Davidow, estão o fim do limite a quantias que podem ser enviadas por cubano-americanos a seus parentes na ilha e um relaxamento das restrições de viagens ao país caribenho para pessoas de origem cubana residentes nos EUA.

Experiência

O artigo de Fidel faz também elogios a Lee, Rush e à terceira visitante, a também californiana Laura Richardson, e diz que a conversa entre os quatro incluiu "as experiências vividas em dois anos e sete meses de internamento hospitalar"

"Expliquei o que aprendi nesse tempo de reclusão obrigatória, sobretudo o grande interesse pelo que acontecia no mundo e, especialmente, nos Estados Unidos", disse Fidel.

O ex-ditador cubano disse ainda que os três congressistas transmitiam "transparência e "orgulho de suas tarefas, de sua organização, de sua luta e de seu país".

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