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O mundo agora gira em torno da China, diz Chávez

AE-Dow Jones

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou hoje em Pequim que o mundo agora gira em torno da China. A afirmação foi feita por Chávez ao elogiar o gigante asiático por guiar a economia global em meio à "crise capitalista". Reunido com o presidente da China, Hu Jintao, Chávez também manifestou-se calorosamente com relação aos laços entre os dois países. "Este é nosso lar e vocês são nossos irmãos. Além disso, ninguém pode ignorar que o centro de gravidade do mundo migrou para Pequim", disse Chávez a Jintao.

"Durante a crise financeira, as ações da China foram altamente positivas para o mundo. Atualmente, a China é o principal motor a conduzir o mundo em meio à crise do capitalismo internacional", prosseguiu o líder venezuelano. Hu Jintao também recebeu Chávez com entusiasmo, ainda que num estilo um pouco mais contido. "O presidente é um bom e velho amigo. Ele nos visitou seis vezes, demonstrando a grande importância que dá ao desenvolvimento dos laços, assim como aos benefícios econômicos de nossa relação", disse Jintao depois cumprimentar Chávez.


Na véspera, o líder venezuelano abordou o declínio do poder americano ao conversar com jornalistas em Pequim. "Um novo equilíbrio internacional surgiu, uma nova ordem mundial, o mundo multipolar com o qual tanto sonhamos", disse ele. "O poder do império americano está no fim. E em contraste estão emergindo outros polos de poder global, como Pequim, Tóquio e Teerã", prosseguiu.


Depois de desembarcar ontem em Pequim para uma visita de três dias, Chávez disse a jornalistas que perseguiria durante sua estada "três objetivos concretos de grande significado estratégico", todos eles relacionados a energia. São eles o fortalecimento da presença chinesa no setor petrolífero venezuelano, a construção de refinarias venezuelanas em solo chinês e o estabelecimento de uma joint venture de transporte de petróleo, afirmou.


No fim de 2008, a China importava 380.000 barris diários de petróleo da Venezuela. Chávez disse que gostaria de expandir o fornecimento a 1 milhão de barris por dia até 2013. A Venezuela é a maior produtora de petróleo da América Latina. Com 1,3 bilhão de habitantes, a China, por sua vez, percorre o mundo em busca de recursos energéticos suficientes para seu desenvolvimento.


Apesar de o petróleo ser tema dominante das relações entre os dois países, a pauta se expandiu desde a chegada de Chávez ao poder. Em fevereiro, quando o vice-presidente da China, Xi Jinping visitou a Venezuela, os dois países assinaram 12 acordos e dobraram a capitalização de um fundo de investimento para US$ 12 bilhões. O comércio bilateral ultrapassou a marca dos US$ 10 bilhões no ano passado, segundo dados venezuelanos, e a China corporativa tem feito incursões no país sul-americano. Os convênios assinados durante a visita de Xi à Venezuela incluíram desde uma fábrica de telefones celulares a projetos agrícolas.


As relações militares também foram intensificadas. A Venezuela comprou recentemente da China uma frota de aviões de treinamento e reconhecimento com entrega prevista para janeiro de 2010.
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