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Cheia do Pantanal antecipa piracema e renova o povoamento de peixes

G1

Um salto para a vida. O cardume de piraputangas já chegou à cabeceira do Aquidauana, um dos principais rios do Pantanal de Mato Grosso do Sul.

Os cardumes vão para as cachoeiras porque é onde têm mais oxigênio na água, mas o esforço é tanto que os peixes ficam exaustos. É fácil pegá-los. A polícia ambiental faz plantão para evitar a pesca predatória.

Os cardumes só costumam migrar em época de piracema, lá pelo final do ano. Mas agora essa fartura pelos rios tem outra explicação. É o reflexo da grande cheia que inundou a planície e trouxe alimento para o leito dos rios.

"O processo ecológico que controla e faz com que o Pantanal exista é essa cheia e seca de todo ano. Então quanto maior for a cheia, ao menos para os peixes, é muito bom”, diz Emiko Resende, bióloga Embrapa Pantanal.

Na vegetação, a marca da água. O nível do rio Miranda já baixou mais de um metro e meio. Essa é a época que os pantaneiros chamam de vazante: quando a enchente começa a ir embora. Os peixes que estavam represados nos alagados vão para os rios e os pescadores também.

Os barcos passam duas semanas nos rios e retiram quase meia tonelada de peixe por viagem. Na fiscalização, além de conferir as autorizações de pesca, a polícia ambiental mede o tamanho do pescado. Só peixes grandes, que já se reproduziram pelo menos uma vez, podem ser retirados dos rios.

“O objetivo é fazer com que todos os peixes tenham tamanho mínimo para captura, justamente para que possa manter um banco genético dentro do Pantanal”, diz Carlos Matoso, comandante da Polícia Militar Ambiental de MS.

Das 260 espécies, apenas 14 têm valor econômico e são as preferidas dos pescadores. Por isso o próximo passo deve ser proibir a captura dos peixes mais visados e deixar a natureza reabastecer os rios.
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