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Ministro iraquiano propõe que Petrobras construa refinaria no país

Folha Online

O ministro do planejamento do Iraque, Ali Ghalib Baban, reuniu-se nesta quarta-feira com representantes da Petrobras e propôs à estatal a construção de uma refinaria no país asiático. Segundo Baban, o petróleo bruto para a refinaria seria vendido com desconto, e a Petrobras poderia colocar os derivados tanto no mercado iraquiano quanto no mercado externo a preços internacionais.

Baban informou que serão criadas duas comissões para tratar de possíveis parcerias. O governo iraquiano abriu possibilidades de atuação conjunta em todas as áreas do setor de petróleo e gás. O modelo atual prevê apenas que as empresas estrangeiras prestem serviços ao governo, mas Baban admitiu que algumas questões podem ser revistas. A Petrobras já afirmou diversas vezes que o modelo de contrato de serviço não é o mais atraente para a companhia.

"Estamos oferecendo todas as facilidades a quem quer investir, como o fornecimento do óleo bruto a custos subsidiados. A Petrobras poderá investir sozinha ou em parceria com o governo", afirmou o ministro, depois de participar de encontro com empresários do setor petrolífero, promovido pela Onip (Organização Nacional da Indústria do Petróleo).

O Iraque tem uma necessidade de ampliar sua capacidade de refino em 500 mil barris/dia. Baban observou que a possível parceria com a Petrobras seria de uma unidade com capacidade mínima para 200 mil barris/dia. "A Petrobras ficou de estudar a proposta seriamente", ressaltou.

Na refinaria seriam produzidos todos os tipos de derivados, principalmente gasolina. Baban garantiu que o governo iraquiano é o único que negocia qualquer atividade na área petrolífera, e que vem discutindo parcerias com outras empresas.

A produção atual do Iraque é de 2,4 milhões de barris/dia. As reservas estimadas, no entanto, somam 180 bilhões de barris, segundo Baban. A maior parte está em áreas terrestres, o que minimiza o custo de extração.

"O Iraque é diferente, tem o custo mais barato do mundo. A margem de lucro é muito grande. O custo de extração varia entre US$ 3 e US$ 5", comentou, admitindo que a redução do preço do barril atrapalha a busca por novos investidores no país.

Ele minimizou os riscos políticos para se investir no Iraque. Reconhecendo que a guerra deixou "sequelas" no país, frisou que a situação atual é bem melhor. Acrescentou ainda que a ocupação ainda existente das tropas americanas não interfere na administração do país. "Os Estados Unidos nunca influíram em nosso setor de petróleo", afirmou.

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