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Apesar do caos e destruição em jogo do River, Monumental receberá a final

Globo Esporte

Menos de 24 horas depois do caos e tumulto provocado por torcedores do River Plate por conta do rebaixamento da equipe, o Monumental de Nuñez amanheceu fechado. No entanto, apesar dos rastros da destruição ainda vistos no local, o estádio receberá a final da Copa América no próximo dia 24 de julho. A informação foi passada por um fiscal do Ministério Público da Argentina, órgão que decretou o fechamento da arena para apurar as causas dos incidentes após o empate de 1 a 1 dos Milionários diante do Belgrano.

O presidente do comitê organizador da competição sul-americana, José Luis Meiszner, também endossou o órgão governamental.

- Temos tempo para que a final seja no Monumental. Todas entradas para o jogo decisivo já estão vendidas. E não vejo ainda nenhum motivo para que a partida não seja lá - disse o dirigente, em entrevista ao canal Fox Sports, ressaltando que os problemas de domingo foram causados por uma situação extraordinária e que, no caso de um eventual veto à casa do River, o estádio de Córdoba seria a primeira opção para a final.

As únicas pessoas que entravam no estádio nesta segunda-feira eram funcionários de limpeza, que tinham bastante trabalho para varrer pedras, pedaços de vidros e ferros retorcidos, e agentes da Polícia Federal Argentina, com câmeras e máquinas fotógraficas, que iniciavam o processo de investigação. Eles, entretanto, disseram que não poderiam gravar entrevistas e nem falar sobre o assunto.

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Especula-se que houve superlotação no Monumental, com mais de 60 mil presentes, enquanto apenas 45 mil ingressos foram colocados à venda. Ao todo, 90 pessoas saíram feridas e 50 foram presas. Além disso, algumas lojas próximas ao estádio foram vandalizadas e saqueadas.

Torcedor desolado

Em ruas do bairro de Nuñez, cartazes pediam a saída do presidente do River, Daniel Passarella, ex-jogador campeão do Mundo em 1978 com a Argentina. Os mesmos panfletos também foram colados nos muros do Monumental, mas retirados por funcionários do clube no início da manhã.

Os dirigentes platenses, por sinal, são considerados pelos torcedores os grandes responsáveis pelo descenso do River Plate, maior campeão argentino com 33 títulos e que nunca havia caído nos seus 110 anos de história.

- Eles são os grandes culpados. Não os jogadores. Estou desolado. Não sei o que fazer a não ser chorar – disse Ezequiel, solitário torcedor do River Plate, sentado em frente a uma das entradas do estádio.

Segundo emissoras de TV locais, organizadas do River Plate prometem uma passeata ainda nesta segunda-feira para protestar contra a diretoria. Por conta dessa ameaça, placas de madeira foram colocadas nos vidros do Museu do River, que fica ao lado do estádio Monumental.

Calvário do River vende jornais


O drama do River Plate, como não poderia deixar de ser, ganhou as capas e manchetes de todos os jornais de Buenos Aires. Principal diário esportivo da Argentina, o jornal “Olé” esgotou-se nas bancas do centro da capital em menos de uma hora.

Na TV, o assunto também era o mesmo. Canais disponibilizavam vídeos amadores gravados por torcedores que mostravam o embate entre policiais e "barrabravas" (nome dado aos membros violentos de organizadas de times argentinos) após a partida no Monumental.
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