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Relator diz que caso Bolsonaro está 'apto' a ser investigado

G1

O relator do processo contra o deputado Jair Bolsonaro (PR-RJ), deputado Sérgio Brito (PSC-BA), considerou, em relatório preliminar apresentado no Conselho de Ética da Câmara nesta quarta-feira (29), o caso “apto” a ser investigado. O processo apura suposta prática de racismo e homofobia por parte do deputado.

A representação, apresentada pelo PSOL, pede a cassação do mandato de Bolsonaro e se refere a declarações prestadas pelo parlamentar em um programa de televisão e também a um desentendimento com a senadora Marinor Brito (PSOL-PA).

O parecer prévio determina se a investigação é admissível ou não, o que é obrigatório pelas novas regras do Código de Ética.

Segundo a Agência Câmara, Britto defendeu, durante a reunião, que o processo continue porque “o abuso da prerrogativa da imunidade parlamentar constitui ato incompatível com o decoro parlamentar”.

Em sua defesa, Bolsonaro respondeu ter certeza de que será absolvido e que tem “asco de ser processado por uma questão como essa”.

“Um partido que defende o kit gay não tem condição de representar ninguém”, disse, em referência ao PSOL.

Programa
No programa "CQC", da TV Bandeirantes, exibido no fim de março, Bolsonaro afirmou que não discutiria "promiscuidade" ao ser questionado pela cantora Preta Gil, sobre como reagiria caso o filho namorasse uma mulher negra.

A pergunta, previamente gravada, foi apresentada no quadro do programa intitulado "O povo quer saber": "Se seu filho se apaixonasse por uma negra, o que você faria?" Bolsonaro respondeu: "Preta, não vou discutir promiscuidade com quer que seja. Eu não corro esse risco, e meus filhos foram muito bem educados e não viveram em um ambiente como, lamentavelmente, é o teu."

“O que eu entendi ali da Preta Gil, por Deus que está no céu, era como eu reagiria no caso do meu filho tivesse um relacionamento com um gay. Foi isso que eu entendi”, explicou o deputado, em entrevista no Palácio do Planalto.

Bate-boca com senadora
Em maio, durante análise sobre projeto que prevê punições para discriminação de homossexuais, Bolsonaro tentou exibir um panfleto “antigay” atrás da senadora Marta Suplicy (PT-SP) durante a entrevista que a parlamentar, relatora da matéria, concedia no corredor das comissões do Senado.

A atitude de Bolsonaro irritou a senadora Marinor Brito, que iniciou a confusão dando um tapa nas mãos do deputado do PP, na tentativa de arrancar o panfleto exibido por ele.

“Tira isso daqui, rapaz. Me respeita!”, advertiu Marinor, batendo no panfleto de Bolsonaro. “Bata no meu aqui. Vai me bater?”, respondeu Bolsonaro. “Eu bato! Vai me bater?”, rebateu Marinor. “Depois dizem que não tem homofóbico aqui. Tu és homofóbico. Tu deveria ir pra cadeia! Tu deveria ir pra cadeia! Tira isso daqui. Homofóbico, criminoso, criminoso, tira isso daqui, respeita!”, prosseguiu a senadora do PSOL.
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