Imprimir

Notícias / Política BR

Mercadante coordenou ‘aloprados’, diz Serra

G1

De passagem pelo Senado nesta quarta (29) o ex-governador de São Paulo José Serra acusou o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, de ter “coordenado” os “aloprados” na suposta compra de um dossiê com informações falsas para prejudicá-lo nas eleições ao governo paulista em 2006.

O G1 entrou em contato com a assessoria de Mercadante e aguarda retorno.

“Passaram cinco anos que R$ 1,7 milhão foi apreendido e até agora não se sabe a origem do dinheiro? Isso foi um processo coordenado pelo então candidato ao governo e senador Aloizio Mercadante. Isso todo mundo sabe, inclusive as paredes”, disse Serra.

Mercadante foi apontado por reportagem da revista “Veja” como “mentor” do dossiê dos “aloprados”. Nesta terça (28), o ministro participou de audiência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e negou envolvimento com o episódio, disse que as acusações eram “fantasiosas” e deixou o Senado afirmando que “quem não deve não teme”.

Serra ainda se referiu a Expedito Veloso ao afirmar que até um integrante do PT havia admitido o envolvimento de Mercadante no caso. Ex-diretor do Banco do Brasil, Veloso citou Mercadante em gravações obtidas pela revista. “Agora, o próprio integrante do PT falou desse envolvimento [de Mercadante]”, argumentou Serra.

‘RDC é coisa de das antigas repúblicas bananeiras’
O ex-governador de São Paulo está em Brasília para participar de reuniões internas do conselho político do seu partido, o PSDB. Além de falar da polêmica envolvendo Mercadante, ele aproveitou a entrevista para criticar a aprovação do Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC), inserido no projeto de lei de conversão da medida provisória 527/11 que prevê a flexibilização da Lei das Licitações 8.666 para obras da Copa 2014 e da Olimpíada 2016.

“Se o projeto for aprovado como está vai provocar um grande estrago no Brasil, porque vai valer para tudo, estados, municípios, governo federal. E todo tipo de obra, porque elimina projeto básico, dificulta fiscalização, dificulta o controle de qualidade e transforma uma obra pública numa obra privada”, avaliou Serra.

Para Serra, o RDC é coisa de “das antigas repúblicas bananeiras”. “O governo passou um tempo fazendo publicidade com a Copa, não fez nada, e agora, na hora do atropelo, pode causar um estrago. Contratar obras dessa maneira [prevista no RDC] é coisa das antigas repúblicas bananeiras da América do Sul. É tratar bem público como se fosse patrimônio privado do governante”, criticou Serra.
Imprimir