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Morales passa segundo dia a água e mate de coca em palácio de La Paz

Folha Online

O presidente boliviano, Evo Morales, permanece em greve de fome desde quinta-feira (9) em reivindicação à aprovação, pelo Congresso, da nova lei eleitoral do país. Nesta sexta-feira, no aposento em que permanece em repouso, Morales manteve uma rígida rotina de trabalhos, recebendo 14 líderes de movimentos sociais e sindicatos com disposição.

Uma fonte da Presidência relatou à agência de notícias Efe que Morales tem bebido apenas água e mate de coca e mascado balas e folhas de coca. Nesta sexta-feira, à mídia, Morales afirmou que, quando era líder sindical, passou mais de 18 dias sem comer. "Alguns querem cansar Evo Morales", afirmou.

Morales realiza a greve de fome para pressionar os parlamentares bolivianos a fazer o que, para ele, "cumpre a vontade do povo".

Em janeiro passado, os bolivianos aprovaram, em um referendo, uma Constituição que prevê a reforma eleitoral. O que o presidente quer é que o Congresso aprove logo a lei, necessária para que haja eleições gerais em 6 de dezembro próximo --nas quais Morales concorrerá à reeleição e 166 legisladores serão eleitos.

Os opositores de Morales criticam a nova lei eleitoral porque ela reserva 14 assentos no Congresso para grupos minoritários indígenas --entre os quais o presidente é popular.

"[Morales] é uma pessoa de muita vitalidade. Ontem, se recolheu às 2h30 ou 3h e, já às 5h, estava acordado. Desde então, não cochilou", relatou à Efe o porta-voz da Presidência, Iván Canelas. Conforme ele, a greve de fome não atrapalha a agenda de Morales, que "tem feito reuniões, assinado documentos e acompanhado o noticiário". Nos períodos livres, Morales passa o tempo jogando xadrez.

Em entrevista à TV Telesur, Morales afirmou que recebeu a visita de um médico, mas que não tem "nenhum problema". "Estou como um jovenzinho de 15 anos. Pode perguntar pro médico!", disse o presidente, sorrindo.

Desde a tarde desta quarta-feira (8), o Congresso realiza uma longa sessão para buscar um consenso entre situação e oposição e aprovar a lei eleitoral. Os trabalhos estão suspensos.

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