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'Parecia um guri, estava doido para trabalhar', diz Simon

Terra

Próximo do ex-presidente Itamar Franco desde a década de 1970, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) lamentou neste sábado a morte do colega e lembrou dos últimos dias de vida pública do político. "Notei que estava doido para trabalhar. Parecia um guri. Será muito difícil arranjar um subsituto à altura", afirmou. O senador gaúcho foi líder de governo, durante a gestão Itamar Franco. "Foi uma das pessoas mais extraordinárias que conheci."

Para Simon, Itamar ficará marcado na história do País como o homem que consagrou a estabilidade econômica. "Foi o Plano Real dele que deu uma linha política a este País. Justiça seja feita: o FHC continuou, o Lula prosseguiu, e mudaram a historia da nação", disse em entrevista ao Terra. "Também era um homem muito sério. Lembro da CPI dos Anões do Orçamento durante o governo dele, quando o Itamar chegou a asfatar imediatamente um ministro-chefe da Casa Civil, e decidiu devolvê-lo ao cargo após perceber que as acusações eram infundadas. Este foi o Itamar: não houve um fato que ele não apurasse."

O baixo orçamento para verbas de publicidade, em nome da responsabilidade com os gastos públicos, durante o governo Itamar, também foi lembrado por Simon. "Ele deixou um nome e uma dignidade. Um dos únicos problemas que enfrentou foi a convivência com a imprensa, nem sempre simpática, o que começou a gerar piadas, principlamente sobre topete dele."

O primeiro encontro pessoal do senador gaúcho com Itamar ocorreu em meio a ditadura militar, quando eram colegas do então Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que desafiava o regime. "Foi em 1974, quando ele era prefeito de Juiz de Fora. Na época todos temiam que o MDB desaparecesse, e nosso grandes líderes não estavam dispostos a se submeter aos militares e seus mandatos biônicos (indicados pelos militares). Itamar aceitou, foi para o Senado, e teve uma grande vitória política." Simon confirmou que estará ainda hoje em Juiz de Fora para acopanhar o velório do ex-presidente.

Itamar morreu às 10h15 deste sábado, em São Paulo, aos 81 anos. Ele foi diagnosticado com leucemia em maio e, durante o tratamento, contraiu uma pneumonia, que se agravou. De acordo com o hospital Albert Einstein, ele sofreu um Acidente Vascular Cereberal (AVC) na Unidade de Terapia Intensiva da instituiçã
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