Passados seis meses da enxurrada que destruiu sete municípios da serra do Rio de Janeiro (Nova Friburgo, Petrópolis, Teresópolis, Sumidouro, Areal, São José do Vale do Rio Preto e Bom Jardim), matando mais de 900 pessoas e deixando mais de 600 desaparecidos, o balanço de ações desenvolvidas pelo governo estadual para revitalizar a região “é positivo”. A avaliação foi feita à Agência Brasil pela subsecretária de Comércio e Serviços da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedeis), Dulce Angela Procópio.

“É um processo. Estamos em pleno processo de recuperação. A superação é a marca da região. Eles souberam superar e os resultados estão aí. Eles estão produzindo mais e se recuperando”, disse Dulce.

Segundo ela, as ações do governo fluminense para reconstrução econômica da região serrana tiveram como objeto setores considerados de forte apelo naqueles municípios. Em maio, foi realizado encontro de negócios, no Palácio Itamaraty, no Rio, entre empresários do setor hoteleiro com agentes de turismo e operadores de viagens para estimular o turismo na região.

A Sedeis promoveu rodadas de negócios envolvendo os polos metal-mecânico e de moda íntima e se prepara para abrir, esta semana, o evento Artesanato da Serra, com foco na divulgação e comercialização da produção artesanal local. “As rodadas de negócios são oportunidades que a gente cria para que os empresários mostrem seus produtos para as empresas-âncora interessadas em comprar”. Essas rodadas são feitas no âmbito do programa Compra Rio.

“Outra ação bastante importante foi a disponibilização, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de R$ 400 milhões. “Por meio dos agentes financeiros, coordenados pela Sedeis, foi possível fazer com que esses recursos chegassem à ponta”.

Dulce afirmou que os recursos do Programa Emergencial de Reconstrução do Estado do Rio de Janeiro (PER RJ), criado pelo BNDES, estão ajudando empresas e microempreendedores individuais afetados pela enxurrada de janeiro a se recuperarem. “Esses recursos estão ajudando os pequenos empresários a voltarem aos seus negócios, em ritmo tão ou mais acelerado do que antes da tragédia”.

Por isso, reiterou que o balanço “é positivo, em decorrência dos resultados das ações que o governo do estado tem feito junto ao empresariado e à população local”. Segundo ela, outras ações terão de ser feitas. “Mas, do ponto de vista produtivo e de desenvolvimento econômico, a estratégia tem dado resultado”.

Dulce destacou também a parceria firmada com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), que tornou possível a realização de rodadas de negócios entre os pequenos empreendedores da região serrana e compradores estrangeiros. Duas ações com esse objetivo estão em andamento com a Apex-Brasil.

Nos últimos dias 30 de junho e 1º de julho, foram feitas reuniões com empresários de Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo com o objetivo de identificar oportunidades de negócios voltados para o mercado internacional. Em setembro próximo, a Apex-Brasil vai trazer compradores internacionais para uma rodada de negócios na região.

Outro projeto em andamento envolvendo a Apex-Brasil se refere ao convênio que está sendo firmado com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) na região serrana para treinar estudantes do último ano da área de produção, que vão identificar as empresas com potencial de exportação. “É um novo mercado. O que nós estamos querendo é aumentar o mercado e o número de empresas que se tornem capazes de exportar”.