A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf) precisa de apoio de todo o staff do governo estadual, do próprio governador Silval Barbosa (PMDB) e da Assembleia Legislativa, para poder alavancar a agricultura familiar em Mato Grosso, avalia o ex-secretário da pasta, Jilson Francisco. “A demanda nessa área é muito grande”, disse, em entrevista ao Olhar Direto.

Jilson rebateu informações distorcidas de que teria criticado o ritmo do atual secretário Zé Domingos. “Não existe hoje em Mato Grosso nenhuma pessoa que reúna as condições que o Zé tem para resgatar a importância do setor agrícola dentro da gestão publica. É profissional da área, extencionista, conhece os gargalos da atividade e tem as informações técnicas e cientificas”, argumentou.

O ex-secretário aduz que não é simples tocar a Sedraf, por causa de gigantesca demanda e muitos problemas. Na avaliação de Jilson, a agricultura familiar em Mato Grosso fica com crescimento limitado devido causas externas à Sedraf. “Os pontos que destravam a produção agrícola familiar não dependem somente do secretário ou do governador. Passa por questões ambientais e fundiárias” sustenta Francisco.

Porém, Jilson também lembra que, apesar de os principais entraves da atividade estarem fora da Sedraf, a pasta precisa de ajustes internos. “Mas sei que o Zé está fazendo, como na reparação salarial e valorização da Empaer. Também precisa de concurso para reforçar a equipe técnica, por exemplo.”

O ex-secretário relata que a Sedraf não pode ter cunho finalístico, ou seja, executando ações nos municípios, mas sim fortalecer as instituições vinculadas – Empaer, Indea e Intermat – que tem essa obrigação. “A Sedraf não precisa ter quadro grande de técnicos, mas ter bons profissionais e estar forte e equipada nas vinculadas. Estas sim devem ter atividades finalísticas”, falou Jilson, apontando também que está muito confiante na atuação da Embrapa Agrosilvipastoril como parceira da agricultura familiar.