Um relatório divulgado na terça-feira (19), em Brasília, pela Agência Nacional de Águas (ANA) deve reforçar os argumentos do governo federal para promover mudanças no modelo de produção primária do país e promete acirrar ainda mais os ânimos entre ambientalistas e ruralistas.

Neste documento, chamado de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil, constam dados sobre a disponibilidade e qualidade das águas, demandas e usos múltiplos, balanços hídricos e a vulnerabilidade dos corpos d’água.

Entre as informações que fazem parte do estudo, constam dados sobre o uso da água para irrigação de lavouras. Segundo dados do relatório, 69% dos recursos hídricos disponíveis no Brasil são utilizados para irrigação e 90% deste total servem apenas ao setor rural privado.

Presente ao lançamento do relatório, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, aproveitou para repetir o que ela disse segunda-feira (18), em Cuiabá, ao ser questionada pelo deputado federal Wellington Fagundes (PR/MT).

“O meio ambiente não atrapalha o desenvolvimento. Temos que mudar deste discursos de que o meio ambiente é um entrave. E esta ferramenta (relatório) é ferramenta fundamental para fazermos um diálogo político sobre a sustentabilidade”, afirmou sem citar o bate boca que teve  com o parlamentar mato-grossense.

Segundo Izabella, o documento chama a atenção para o debate que o Brasil deve manter em torno de suas prioridades para o século 21. Para a ministra, os relatório mostra que é o momento de fazer uma mudança de rumos a partir da convergência de políticas públicas para promover a integração econômica por meio do desenvolvimento regional.

Trocando em miúdos, a ministra sinalizou que pretende promover o debate sobre o uso da água para a utilização nos dois grandes eventos internacionais sobre o meio ambiente no ano que vem, o Fórum Mundial das Águas e a Conferência Rio +20.