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Cientista alerta para perigos de planta popular em países árabes e africanos

G1

Os quadros de esquizofrenia, hiperatividade, déficit de atenção e outras doenças psiquiátricas podem estar relacionadas ao uso da planta khat (Catha edulis), segundo estudo realizado pelo cientista Nilesh Patel, da Universidade de Nairóbi, no Quênia.

A planta é usada como psicoestimulante e consumida “in natura”, de preferência jovem e fresca, pois o poder de concentração do principio ativo (catinona) é muito maior.

As pessoas mastigam a folha da khat e em uma hora os efeitos começam a aparecer. “Ela atua como os efeitos da cocaína e da apomorfina no cérebro”, comenta Patel. Quem mastiga a folha apresenta grande excitação, agitação e insônia.

Mais de 90% da população masculina do Iêmen consome sistematicamente a planta que é associada culturalmente a poderes divinos. Mas o consumo se dá também na maior parte do leste africano e em toda a Península Arábica, superando de 5 milhões de usuários.

Testes em animais
Em seus estudos, Patel mostrou que, quando o extrato da planta foi injetado em ratos, os animais deram sinais de dependência, tiveram grande perda de memória e, em alguns casos, convulsões.

No entanto, o cientista reclama das dificuldades encontradas para sensibilizar a opinião pública quanto o risco do uso da planta. “Apesar de se caracterizar como uso legal de uma anfetamina por um número considerável de pessoas, raramente o assunto atrai interesse cientifico e do público em geral”, afirmou.

Outros estudos feitos em coelhos apontaram também a redução dos níveis de hormônios sexuais. “Isto pode explicar as disfunções reprodutivas em homens e o baixo peso em recém-nascidos relatados nesta população, apesar do consumo entre as mulheres não ser tão comum”, afirmou.

O professor alerta ainda para o consumo mundial da Khat de outras formas que não sejam “in natura”. Em países como Austrália, Reino Unido, Espanha, Itália e África do Sul, já há registros do consumo da catinona sintetizada.
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