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PSDB criará 'governo paralelo' para fiscalizar gestão de Dilma

De Olho na Notícia

O PSDB deve formalizar a partir de agosto a criação de uma espécie de "governo paralelo" para acompanhar e fiscalizar iniciativas do governo federal nas mais diversas áreas.

A proposta foi sugerida à Executiva Nacional da legenda pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e é inspirada na tradição britânica de um gabinete ministerial de oposição.

Uma fonte ligada ao comando tucano sinaliza que ainda serão definidos a composição e o número de grupos de trabalho que vão participar da ofensiva.

"E um instrumento importante para fiscalizar e municiar a oposição, mas ainda não se sabe quantas pessoas vão participar e quantos grupos de trabalho serão criados. O trabalho ainda está muito embrionário", comentou a fonte.

O tucanato reconhece que é praticamente impossível adaptar o modelo britânico no País uma vez que o gabinete da presidente Dilma Rousseff é composto por 40 ministérios se se considerar que o presidente do Banco Central tem status ministerial.

"A tendência é que sejam grupos segmentados, com temas específicos, como saúde, educação, infraestrutura, segurança", disse uma fonte.

Lacunas
Na mesma linha, o líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Duarte Nogueira (SP), entende que a iniciativa deve atacar itens pontuais, em especial a Saúde, onde percebe os maiores problemas.

"Acredito que esse grupo vai dedicar especial atenção aos problemas de infraestrutura e nas áreas sociais, como saúde e educação especialmente. Penso que na saúde estão os maiores gargalos", frisa.

Patrono da ideia, o governador Alckmin comemorou a iniciativa de seu partido.

"Eu sou parlamentarista, o PSDB tem em seu estatuto a defesa do parlamentarismo, e o shadow cabine é um instrumento da oposição no sistema parlamentarista", disse.

Duarte Nogueira completa dizendo que a iniciativa tucana é um instrumento moderno que pode ajudar a qualificar a atuação da oposição.

"É um instrumento que vem para qualificar ainda mais o nosso trabalho no Congresso Nacional, onde o governo tem uma maioria de 4 por 1 no Senado e de 3 por 1 na Câmara."

Nogueira comentou que a oposição, apesar de sua inferioridade numérica em relação à base governista, tem sido "menos adjetiva e mais substantiva em suas ações", e defendeu que os partidos de oposição, como DEM e PPS, sejam chamados a colaborar com o "gabinete paralelo tucano".

"Pretendo que, como aliados, DEM e PPS estejam conosco nesse projeto, mas a gestão tem que ficar sob o controle do PSDB", analisa Nogueira.
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