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Notícias / Ciência & Saúde

Projeto vai facilitar elaboração de políticas públicas de combate às drogas no estado do Rio

Agência Brasil

Com apoio do Tribunal de Justiça do Rio e das secretarias estaduais de Ciência e Tecnologia, Educação e Segurança Pública, será lançada neste mês uma cartilha sobre drogas, com distribuição gratuita para estudantes do ensino médio de toda a rede pública.

A tiragem inicial será de 200 mil exemplares. A cartilha Tudo Que Você Pensa Que Sabe sobre Drogas tem foco nos adolescentes, disse à Agência Brasil o coordenador do projeto, professor Oswaldo Munteal. A cartilha inédita foi elaborada por professores e estagiários das Faculdades Integradas Hélio Alonso, além da gestora Ana Beatriz Leal.

Munteal explicou que a cartilha faz parte de um projeto maior - Prisioneiros das Drogas -, patrocinado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio (Faperj). Ela aborda os dispositivos legais relacionados ao consumo e ao tráfico de entorpecentes, alerta para o problema da saúde, além de discutir alternativas de políticas públicas para as pessoas que ingressaram no mundo das drogas. “O que fazer, quem procurar, como solucionar essa questão”.

Para a elaboração da cartilha, os pesquisadores ouviram cerca de 500 presos no estado e constataram que a entrada no mundo das drogas ocorre cada vez mais cedo entre os jovens, “começando pela porta do álcool, principalmente”, ressaltou o professor. O problema, acrescentou, envolve interesses econômicos de grandes conglomerados.

A pesquisa revelou que a maioria dos jovens encarcerados é negra e pobre. “Oitenta e um por cento só tinham o ensino fundamental”, disse Munteal. A pesquisa detectou que entre 85% e 90% dos jovens presos passaram pelo problema das drogas. “Há uma desesperança grande em relação ao futuro e, ao mesmo tempo, uma esperança de que as autoridades possam olhar para eles. A população carcerária quer saúde”, informou.

O professor lembrou que a cartilha é dirigida àqueles que querem esclarecimentos sobre o tema. O trabalho vai ser lançado em municípios-polo de todas as regiões do estado, onde será desenvolvido um trabalho educacional, em conjunto com as comunidades e autoridades locais. Serão feitas teleconferências, presenciais e a distância, com a participação de professores e magistrados para discutir a questão da saúde ligada à recuperação.

Munteal defendeu a necessidade de implementação de políticas públicas voltadas para a saúde e a educação, de forma combinada. Ele entende que “a sociedade está refém do problema, que afeta diretamente as famílias”. O professor surpreendeu-se durante o trabalho ao encontrar ex-alunos universitários entre a população carcerária entrevistada. “Foi um impacto expressivo, como professor e como cidadão”. Ele observou que, aos poucos, outros segmentos da população, em especial jovens da classe média, começam a entrar nesse mundo.

Os interessados podem obter maiores informações sobre a cartilha e as drogas lícitas e ilícitas no site do projeto www.prisioneirosdasdrogas.org.


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