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Ministro da Agricultura falará sobre denúncias na quarta, diz líder do PT

G1

O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Teixeira, disse nesta terça-feira (2), na chegada para um almoço de líderes no apartamento do deputado Waldir Maranhão (PP-MA), em Brasília, que o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, que é do PMDB, vai falar sobre as denúncias que envolvem a pasta na quarta-feira (3) pela manhã.

O deputado petista disse também que a presidente Dilma Rousseff vai dispensar o mesmo tratamento entre PR e PMDB no que se refere às denúncias que envolvem os ministérios dos Transportes e da Agricultura. "A presidente vai tratar o PR e o PMDB com o mesmo equilíbrio e a mesma justiça", afirmou.

Segundo Teixeira, as explicações sobre as denúncias que o ministro da Agricultura deu até o momento são "consistentes". Ele disse que o ministro da Agricultura teria informado que o processo no qual teriam sido encontradas irregularidades na pasta foi acompanhado por técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

"Em todos os casos, quando há uma denúncia, há o direito de defesa. No caso dos Transportes, foi o ministro quem pediu demissão. A denúncia pode ter uma base real ou pode ser fruto de ressentimentos. Às vezes as pessoas são afastadas porque não há condições políticas de permanecer", afirmou o líder do PT.

De acordo com os líderes, o almoço que reúne líderes da base governista no apartamento do deputado Waldir Maranhão tem o objetivo de discutir a agenda de votações de projetos na Câmara no segundo semestre.

Pedido protocolado
Foi protocolado nesta terça-feira um requerimento para que Wagner Rossi fale sobre as denúncias na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara. O requerimento é de autoria do deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR).

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou nesta terça-feira que o ministro irá à Câmara e ao Senado para rebater as denúncias apresentadas pelo irmão de Jucá, Oscar Jucá Neto, o Jucazinho, de que há corrupção na pasta da Agricultura.

Após as declarações, Oscar Jucá Neto foi exonerado na semana passada do cargo de diretor da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Para Jucá, apenas o "trabalho" poderá superar o desgaste gerado pelas denúncias. “Meu irmão errou e, ao errar, me expôs. Há um desgaste? É claro que há. É lamentável, mas só tenho que trabalhar a partir de agora para superar isso. Esse assunto se esgota a partir da fala e da apuração que o ministro Wagner Rossi vai fazer sobre as denúncias”, disse Jucá.

A pedido do líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), Rossi deve ser convidado a falar na Comissão de Agricultura da Casa nesta quarta (3). Já no Senado, segundo Jucá, o requerimento da oposição que pede a convocação de Rossi deve ser transformado em convite e aprovado na próxima semana, para que Rossi também fale aos senadores na Comissão de Agricultura.

Denúncia
O irmão do líder do governo foi exonerado da Conab após a revista "Veja" publicar que ele teria autorizado um pagamento irregular de R$ 8 milhões a uma empresa de propriedade de um sem-teto, em Brasília. Alegando ter sido vítima de uma armação, Jucazinho disse à revista “Veja” que existiria um esquema de corrupção envolvendo o Ministério da Agricultura e o ministro Wagner Rossi. Segundo Jucazinho, o PMDB, partido do seu irmão e do ministro, teria transformado o ministério em uma “central de negócios”.

Na entrevista à revista, o irmão de Jucá relatou um suposto “acerto” no atraso do pagamento de R$ 14,9 milhões em dívidas à Caramuru Alimentos, empresa de armazenagem de grãos. Segundo ele, o acerto aconteceria porque representantes da Conab queriam aumentar o valor para R$ 20 milhões. Desse total, R$ 5 milhões seriam repassados por fora. Oscar Jucá Neto disse que não autorizou o pagamento.
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