É unânime entre os representantes do Setor Hoteleiro da capital mato-grossense: o turismo de negócio é que provoca os grandes movimentos no segmento em âmbito local. Há caso em que os eventos, sejam de negócios ou congressos, chegam a provocar uma ocupação de 75% em hotéis de Cuiabá. Dentro desta realidade, o melhor período para o setor é o segundo semestre do ano, “quando os eventos provocam as altas na procura pelos hotéis da cidade”, aponta Luiz Verdum, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Mato Grosso (ABIH – MT).

A dinâmica do setor na região é bastante peculiar, conforme explica Verdum. “Nas férias de janeiro e fevereiro, antigamente, não costumávamos ter um bom movimento. Isso se dava porque as pessoas aproveitavam o período prolongado de férias para visitar parentes fora da cidade e os turistas nacionais, de maneira geral, preferem destinos como o litoral, por exemplo”. Ele conta que “julho era estrondoso e que contrabalanceava as férias do início do ano”. Mas essa realidade foi mudando em função dos eventos. “Hoje em dia, a partir do dia 20 de fevereiro já começamos a observar alta na procura”.

O secretário executivo da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Mato Grosso (FCDL-MT), Dulcineu Rodrigues, lembra que um turista gasta, em média, R$ 200,00 por dia, podendo chegar a R$ 500,00, dependendo do padrão do visitante, e sendo o valor extra-hospedagem. “Parte deste valor é gasto no comércio local e com serviços turísticos, de lazer, alimentação e entretenimento, entre outros. Desta forma, é importante que os nossos administradores atentem para a necessidade de investimentos bem geridos no turismo e mais divulgação de nossos roteiros, pois toda a sociedade ganha com a geração de emprego e renda, direta e indireta, proporcionada pelo setor”.

Férias - Neste julho, segundo Verdum, houve uma ocupação de 75% em média nos hotéis da cidade. “Podemos dizer que houve um aumento de 2,5% em relação ao mesmo período do ano passado”. O presidente acredita que este movimento se mantém estável.

Durante as férias, o Hotel Mato Grosso Águas Quentes teve uma ocupação de 70%, superando 2010 em 30%. “Julho é o mês quando temos o melhor movimento. Entre agosto e setembro cai um pouco, mas a partir de outubro já começa a subir novamente”, pontua Adriana Aires, gerente da central de reserva. Além disso, segundo ela, durante alguns finais de semana a ocupação pode chegar a 100%.

Eventos: o forte do segmento - A partir de agosto é que começa o movimento nas redes hoteleiras de Cuiabá. “De agosto até outubro há vários eventos programados na cidade, isso provoca um acréscimo de 25 a 30% na procura por hotéis da cidade, se comparado com o primeiro semestre”, avalia Verdum. Hotéis que têm espaços grandes, salas de eventos, etc. são os mais procurados. “Casamentos também aquecem o setor”, diz.

Para ele essa “explosão que está acontecendo no norte de Mato Grosso” também favorece o turismo de Cuiabá. “Cuiabá e Várzea Grande são as portas de entrada para o estado. E como agora tem muita promoção de vôos noturnos, as pessoas aproveitam os preços baixos. E acabam passando uma noite na cidade, para depois alugar um carro e seguir viagem”. Ele afirma que este segundo semestre será superior ao mesmo período do ano passado em 5%. “É um índice bastante alto para o setor”, coloca.

No Hotel Mato Grosso Águas Quentes, o movimento provocado pelo turismo e negócios não é o carro chefe, mas chega a representar 20% da procura pelo estabelecimento, é o que afirma Adriana. “Muita gente vem por motivos de trabalho e aproveita para o lazer, acaba juntando as duas coisas”.

Contratações temporárias – A movimentação provocada pelas férias de julho, mesmo que tímida, acarreta também em contratações temporárias. Em Mato Grosso foram 142 vagas preenchidas durante o período, que representaram 13,45% das contratações da região Cetro-Oeste e 0,86% do total nacional. Em todo o Centro-Oeste foram 1.053 postos, que responderam por 6,38% da média nacional.

Em âmbito nacional os contratos chegaram a 16,5 mil. Sendo que os setores de lazer, entretenimento, indústria e comércio foram os que mais contrataram. O índice de contratação deste período foi 10% maior que em 2010. Mais de 2 mil contratos foram prorrogados e efetivados, representando 14% do total das contratações. Os dados são da Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário (Asserttem), e foram coletados pelo Instituto de Pesquisa Manager (Ipema).









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