Mundial, polvo, Paul... As coincidências com o molusco que fez sucesso na Alemanha durante a Copa de 2010 não param por aí. Em um restaurante de Barranquilla que leva o nome do animal em espanhol – e também do dono –, um dos muitos sucessores da antiga celebridade se credencia a ser a grande estrela do Mundial Sub-20, disputado na Colômbia. Até o momento, graças exclusivamente à seleção de seu país, Paul acertou três dos quatro palpites e tem atraído cada vez mais curiosos.

A ideia passou pela cabeça de Paul Tarud, o proprietário, logo após a Copa da África do Sul, conquistada pela Espanha. O estabelecimento foi inaugurado na última sexta-feira, mas o polvo não opinou nas partidas do Brasil, que atuava justamente na cidade. Talvez por se sentir intimidado com a presença de Paula, sua “namorada”, que o acompanha no aquário para facilitar a adaptação ao cativeiro.

– Esse polvo é mais inteligente do que o da Alemanha (risos). A Colômbia nunca foi campeã mundial, então pensamos que a única forma para que pudéssemos ajudar seria trazer um pouco de sorte. Conseguimos o melhor da espécie da costa do Caribe e ele tem se saído muito bem – disse Tarud, que viu o molusco cravar as três vitórias colombianas na competição (contra França, Mali e, nesta sexta, Coreia do Sul).

– Em uma semana o restaurante ficou muito movimentado. Mas se a Colômbia perdesse algum dos jogos eu estava frito. Chamariam o polvo de paraguaio (risos) – afirmou Tarud.

Paul também não procurou o alimento em uma das caixas antes de Espanha e Equador, que terminou com vitória da Fúria. O empate foi decretado por quem acompanhava o ritual, que normalmente não leva mais do que cinco minutos.

A intenção, inicialmente, seria mostrar ao turista o bom-humor dos habitantes de Barranquilla, mas diante da dimensão, já se estuda fazer o “espetáculo” ao vivo, transmitido para televisões de todo o país.

– Poderemos até ter plateia no restaurante. E depois do Mundial, quem sabe, usá-lo até para eleições políticas.

Os cuidados não são poucos. Somente com a alimentação de Paul e Paula, Tarud gasta mensalmente algo próximo de R$ 500. Ambos são da espécie Octopus vulgaris, que vive em média dois anos – o original da Alemanha morreu em outubro de 2010 com dois anos e oito meses. Segundo o treinador Hernán Gomez, no entanto, a idade é compensada com outras qualidades.

– Temos esse polvo há três meses – agora tem sete – e ele já está adaptado a receber alimentos no cativeiro. É um animal que tem ótima memória, os sentidos muito aguçados, exceto a audição, que não existe. Além de grande inteligência e capacidade de aprendizagem – contou Gomez.