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Polícia prende três suspeitos de sequestrar médico em Taguatinga

G1

A Polícia prendeu na noite de sábado (6), três homens suspeitos de seqüestrar um médico em Taguatinga, a 20 quilômetros do centro de Brasília. O homem desapareceu na quinta-feira (4) e foi encontrado amarrado e sedado no apartamento de um dos supostos seqüestradores.

De acordo com o delegado da Divisão de Repressão a Sequestros (DRS), Marcelo Portela, eles aplicaram um golpe conhecido como “Boa Noite Cinderela” na vítima, venderam seu carro e gastaram cerca de R$ 7 mil reais em seu cartão.

Portela disse que se a polícia não tivesse encontrado o cativeiro, o médico provavelmente seria morto. “Um dos suspeitos comprou uma mala de tamanho avantajado e acreditamos que ele poderia usá-la para carregar o corpo da vítima sem levantar suspeitas. Ele também tinha em casa luvas cirúrgicas que mostravam que ele não queria deixar rastros”, afirmou.

Ainda segundo o delegado, a vítima não apresentava sinais de agressão e foi atendida por médicos que o conheciam.

A polícia informou que o médico desapareceu após sair do Hospital de Taguatinga, onde trabalhava, na quinta-feira pela manhã. Preocupados e sem conseguir contato telefônico, familiares registraram ocorrência do desaparecimento na sexta-feira (5) por volta de 18h30.

No sábado, a DRS conseguiu ativar o GPS do carro da vítima e localizou o veículo próximo a Goiânia (GO). A Polícia Rodoviária Federal montou uma barreira, interceptou o carro e interrogou dois homens que estavam a bordo. Eles contaram que compraram o veículo em Anápolis (GO) de outros dois homens.

Eles foram localizados por policiais no município goiano e, segundo a polícia, confessaram o seqüestro do dono do veículo. Eles teriam ainda fornecido a localização do apartamento em que o terceiro homem mantinha o médico como refém. A polícia disse que chegou no local por volta das 21h e abordou o suspeito quando ele chegava em casa com compras.

Dentro do apartamento, os policiais encontraram objetos suspeitos, como rolos de fita adesiva e notaram um comportamento estranho, segundo o delegado. “Ele tinha muita comida, como se estivesse preocupado com a alimentação de outra pessoa e jogou pela janela um celular, que era da vítima”, disse.

Pressionado, o homem admitiu que se envolveu no roubo do carro, mas não contou que mantinha o médico como refém. Uma dos cômodos do apartamento estava trancado e ele afirmou que não poderia fornecer a chave porque o local era usado por um amigo.

Os policiais decidiram então arrombar a porta. “Em um quarto pequeno, totalmente escuro, onde encontramos a vítima com mordaça e imobilizado com fitas nas mãos e nos pés em um colchão. Ele ficou atônito com a entrada da polícia e estava quase inconsciente”, contou o delegado.

Vítima conhecia sequestrador
Segundo o delegado Portela, a hipótese mais provável é de que o médico conhecesse o dono do apartamento e tenha caído no golpe do “Boa Noite Cinderela”. “Eles se encontraram, o suspeito ministrou a sedação, possivelmente em alguma bebida e a vítima ficou sem reação”, conta Portela.

A Polícia ainda não sabe onde eles se encontraram e como se conhecem. Uma possibilidade é que tenham se conhecido em algum local de trabalho. O suspeito tem passagem na polícia por exercício irregular da profissão de médico.

Compras
De acordo com Portela, os R$ 7 mil reais gastos no cartão da vítima compraram roupas, óculos de marca, perfumes, sapatos, celulares e laptops. Ainda não foi verificado se foram feitos saques da conta do médico. “Está claro que o principal motivo é econômico”, disse.

Os policiais acreditam que os compradores do carro do médico sabiam que se tratava de um veículo roubado e por isso responderão por receptação de veículo. Os seqüestradores devem ser indiciados por extorsão mediante seqüestro qualificado. O crime prevê pena de 12 a 20 anos.

De acordo com Portela, todos os crimes de sequestro registrados neste ano no Distrito Federal foram solucionados. “Sequestro no DF é mau negócio”, afirma.
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