Imprimir

Notícias / Política BR

Rossi nega conhecer lobista e afirma que não cometeu irregularidades

G1

O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, negou em entrevista nesta segunda (8) conhecer o lobista Júlio Fróes e afirmou que ele não tem sala exclusiva no ministério, conforme apontou reportagem da edição do último final de semana da revista "Veja".

Segundo a revista, Fróes utiliza uma sala no ministério para defender interesses das empresas que tem como clientes. A reportagem motivou o pedido de demissão do secretário-executivo do ministério, Milton Ortolan, auxiliar direto de Rossi. De acordo com a publicação, Ortolan mantinha relações com Fróes, o que ele nega.

Rossi afirmou que o suposto lobista seria representante dos interesses da Fundação São Paulo, que tem um contrato de R$ 9,1 milhões com o ministério para treinamento de pessoal. O ministro disse que recebeu da reportagem da revista uma fotografia de Fróes e que não o reconheceu.

Apesar de dizer que não lembra do episódio, o ministro afirmou ser possível que tenha cumprimentado o suposto lobista na antessala do gabinete, pensando que seria um dos professores da fundação.

Segundo Rossi, o ex-secretário executivo do ministério, Milton Ortolan, que pediu demissão, conhecia o lobista.

“Não conheço. Se ele entrar aqui eu não conheço. O doutor Ortolan conhecia como uma pessoa que tratava dos interesses da fundação. Depois, ficaram sabendo que ele não era da fundação, mas prestava serviço para a fundação”, disse o ministro.

Rossi disse ainda que vai investigar as denúncias e afirmou lamentar a agressão sofrida pelo jornalista durante entrevista com o suposto lobista.

'Aqui, não há ilegalidade'
Indagado sobre sua permanência no cargo, Rossi respondeu que não cometeu irregularidades. "Estou pronto para qualquer tipo de investigação. Aqui não há ilegalidade, declarou.

"Ninguém apontou um fato ilegal que eu tivesse cometido. O ônus da prova é de quem alega. Eu respeito o direito de informar. Aqui, em todos os casos, serão tomadas as providências cabíveis. Não há nenhuma indicação aqui de qualquer ato ilegal que eu tenha cometido".

Ele disse que tem recebido apoio da presidente Dilma Rousseff, que, nesta segunda, reiterou a confiança no ministro e afirmou que ele "não está em questão" em relação às denúncias de irregularidades.

"Eu sou ocupante de um cargo de livre escolha da presidenta Dilma. A presidente Dilma tem me dado todos os motivos para que eu me sinta livre e confortável, e meu trabalho tem sido bem avaliado adequadamente", declarou.

Conab
Rossi afirmou que não há ilegalidade na contratação de funcionários da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e afirmou que todos os atuais ocupantes de cargos na empresa são competentes e se enquadram nas exigências dos cargos.

Rossi admitiu que as indicações de diferentes partidos para cargos na Conab têm "criado problemas" e disse que está trabalhando para resolver isso.

"A Conab tem diretores de vários partidos e isso tem criado problema. Não posso negar. Hoje, sinto que há certa dificuldade de entendimento entre diretores e estou trabalhando nisso", declarou.

Ele negou, porém, que existam funcionários "fantasmas" na companha, "Não ponho, não aceito e não tenho nenhum fantasma. Não ponho funcionários na folha de pagamento do governo que não trabalhem, seja filho de quem for", afirmou, em referência a políticos que têm parentes trabalhando no órgão.
Imprimir