Em resposta à determinação da presidente Dilma Rousseff em fazer uma faxina na Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), estatal ligada ao Ministério da Agricultura, o titular da pasta, Wagner Rossi, disse nesta quarta-feira (10) que fará substituições respeitando as “forças políticas”.

O ministério e a estatal, dominados por PT e PMDB, são alvo de denúncias de licitações direcionadas, pagamento de propina e pagamentos irregulares.

- Ela [Dilma] queria que eu tomasse atitudes muito fortes e que fossem feitas independente de qualquer tipo de limitação política. Claro, conversando com as forças políticas, respeitando as forças políticas, mas focando grandemente na competência pessoal daqueles que pudessem desempenhar essas funções.

A fala foi feita diante dos senadores na Comissão de Agricultura do Senado, onde Rossi presta esclarecimentos sobre as denúncias no ministério.

Segundo fontes próximas à presidente, Dilma estaria disposta a promover trocar servidores da estatal ligados a políticos, como ocorreu no Ministério dos Transportes, de onde 27 foram demitidos.

No Senado, Rossi prometeu apenas mudar “totalmente” a estrutura jurídica. Ele prometeu um concurso para advogados na estatal, em substituição às terceirizações.

- O jurídico da Conab tem que ser refeito para se dar aos procuradores de carreira uma responsabilidade com o contencioso da empresa, que hoje infelizmente é feito com escritórios terceirizados, que tem levado a perdas seguidas de ações, de forma muitas vezes irresponsável.

Ele informou que hoje a estatal enfrenta 9.000 ações em todo o país. Subordinada ao ministério, a Conab ajuda a regular preços no mercado de alimentos, mantendo e vendendo estoques de mercadorias.