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Obina vira Bibi, dá uma de roupeiro e sofre com o idioma chinês

Globo Esporte

Camisa 10 do Shandong, Obina mal chegou à China e já recebeu um apelido dos companheiros de time. De melhor que o Eto'o no Flamengo passou a atender por Bibi. Desde fevereiro em Jinan, cidade que fica a 420 quilômetros da capital Pequim, o atacante se diverte com as esquisitices da cultura local. Tem de barata no espeto aos sabores mais exóticos. Tudo muito diferente da comida baiana.

- Encontramos alguém que traz nossa farinha. Agora estou tranquilo na China - disse.

Além da farinha, ele trouxe a esposa Luciane e a filha Sayonara do Brasil. A menina é a poliglota da casa, enquanto o centroavante só sabe mesmo é pronunciar alguns impropérios nos gramados.

- Alguma coisa eu aprendi dentro de campo: palavrões. Sabe como é jogador, aprendi muito rápido para xingar dentro de campo - afirmou, aos risos.

Sair de casa é um desafio tão grande para o baiano que ele prefere nem arriscar. Nas folgas, Obina fica cerca de 6h jogando videogame. A concentração é bem perto do clube, quer dizer, na casa do jogador mesmo. Por isso, ele não precisa de carro para ir treinar. Basta caminhar por cinco minutos. A parte ruim é que o clube não dispõe de roupeiro. Com isso, ele mesmo é que tem que lavar as roupas.

Mais longo é o caminho para ser titular do Shandong. Obina disputa vaga com o ídolo do time, o atacante Han Peng. Pior que isso, só a dificuldade para entender os conselhos do técnico croata Magic Raiko.

- Tinha que passar para o tradutor que é chinês, que falava inglês, que passava para o espanhol, que vinha para mim meio espanhol, meio português - resumiu Obina.

Por outro lado, o atacante continua com a mesma facilidade para balançar a rede. Mesmo começando no banco, ele já marcou cinco gols e é o vice-artilheiro do time. Fez até um golaço de bicicleta que encantou os torcedores chineses. Mas o jogador garante que um tento por lá é bem diferente do que quando acontece no Brasil.

- Aqui não tem aquela animação do futebol brasileiro, calor humano do torcedor - comparou.

Obina ainda tem dois anos e meio de contrato com o Shandong. Depois de cativar torcedores de Flamengo, Palmeiras e Atlético-MG, o centroavante quer conquistar a China.

- Não pensava um dia estar na China, ainda mais jogando futebol. Aceitei o desafio. Estou aí, na luta, na batalha - finalizou.
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