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PSDB prepara pacote de sugestões para que governo possa enfrentar crise

agencia Brasil

Brasília - Os líderes do PSDB no Congresso Nacional comunicaram hoje (10) que irão oferecer, até o fim de agosto, um pacote de sugestões de reengenharia administrativa para a presidenta Dilma Rousseff, a fim de ajudá-la a enfrentar a crise econômica e os problemas de corrupção no governo.

Segundo o líder do partido na Câmara, deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP), “a solução é fazer um enxugamento e controlar os gastos” do governo. “Vamos votar todos os projetos do governo para enfrentar a crise mais isso não basta. É preciso fazer um enxugamento e controlar os gastos”, disse o líder.

A proposta que está sendo elaborada pelos assessores técnicos do partido começa com quatro projetos de lei que estão prontos para serem votados, segundo os tucanos. O primeiro deles é conhecido como “fura-fila” e propõe que os processos contra gestores que praticaram crimes contra a administração pública passem na frente de outros e tenham prioridade para serem julgados.

Também tem o que pretende ampliar as informações sobre gestões financeiras e mais um projeto que proíbe o sigilo nos processos de crime contra a gestão pública. Por fim, o PSDB sugere a aprovação de um projeto de lei que determina ao Tribunal de Contas da União que divulgue os dados sobre compras públicas. As sugestões serão apresentadas apenas das tribunas do Senado e da Câmara e pela imprensa e os tucanos não irão pedir uma audiência à presidenta Dilma Rousseff para apresentar os projetos.

Para o presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), a oferta do principal partido de oposição ao governo não é arrogante. “Quem perde a eleição fiscaliza, quem ganha governa. Nós estamos fazendo o nosso papel”, disse.

Além do pacote de reengenharia administrativa, o líder do partido no Senado, Álvaro Dias (PSDB-PR) também divulgou hoje as medidas que serão adotadas na tentativa de promover as investigações das denúncias de corrução em três ministérios. Ele protocola hoje, na Procuradoria-Geral da República duas representações solicitando averiguação nos ministérios da Agricultura e do Turismo. “O governo até admite a existência das irregularidades e da corrupção, mas insiste em proteger os responsáveis por tudo isso”, declarou Dias.

Além disso, o PSDB quer levar os principais envolvidos nas denúncias nos dois ministérios para dar esclarecimentos em audiências públicas no Congresso e continua em busca de assinaturas para instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Transportes. O partido chegou a conseguir as 27 subscrições necessárias para montar comissão no Senado, mas dois nomes foram retirados e o requerimento foi devolvidos. Com isso, os oposicionistas voltaram ao ponto de partida e estão novamente à procura de assinaturas em favor da instalação da CPI. Atualmente, 22 senadores assinaram o documento.

Em coro com Dias, Duarte Nogueira ressaltou a gravidade da crise política enfrentada pelo governo Dilma. Segundo ele, na reunião do colégio de líderes da Câmara, hoje, a própria base aliada não conseguiu entender-se sobre as votações de interesse do governo e decidiu não votar nada. “É claro que se há uma comoção entre os líderes da base em si, a crise é gravíssima”, disse Nogueira.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que a proposta do PSDB não passa de uma provocação política da oposição. "É uma provocação política natural da oposição, que está sem rumo". Segundo ele, o governo não precisa de ajuda e está indo bem na contenção da crise. "O governo está fazendo uma gestão responsável, está procurando racionalizar as ações, portanto, não precisa dessa proposta da oposição", completou Jucá.
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