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PSDB responsabiliza Marta Suplicy por crise no Turismo

G1

O presidente nacional do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra (PE), responsabilizou na tarde desta quarta-feira (10) a senadora e ex-ministra do Turismo Marta Suplicy (PT-SP) pela crise que envolve a pasta. Nesta terça-feira (9), uma operação da Polícia Federal resultou na prisão de 35 pessoas, entre elas o secretário-executivo do ministério do Turismo, Frederico Silva da Costa.

Marta Suplicy foi ministra do Turismo entre março de 2006 e junho de 2007.

"Os fatos estão lá e estão aparecendo aí. Não começaram com o ministro atual. Eles vêm de muito antes, e vem da Marta sim, do tempo da Marta e do tempo depois dela. Ela tem de explicar isso, sim"”, disse o presidente tucano.

Por meio de sua assessoria, a senadora Marta Suplicy lamentou as declarações de Sérgio Guerra e afirmou que não há questionamentos sobre sua gestão.

"É lamentável o presidente do PSDB começar a campanha eleitoral antes da hora. Trabalhei um ano ministério e não há nenhum questionamento sobre minha gestão", disse.

Segundo Sérgio Guerra, no período em que Marta Suplicy era ministra, as festas em estados se tornaram uma das prioridades do ministério. De acordo com o tucano, há diversos processos que comprovam as irregularidades.

“"Eu próprio posso explicar o que vi no meu estado. Vinte, 30 festas, que ela pegou o dinheiro para fazer festa e não se realizou. Estranhamente as dotações do Congresso e do ministério para realizações de festa explodiu em dois três anos. De repente, festa virou prioridade nacional. Sob responsabilidade do governo do PT e ministra do PT. Ela não pode ficar nas estrelas pensando que foi nas estrelas que isso aconteceu. Foi no ministério que ela [Marta] dirigia. Tem processos em todos o local que comprova isso"”, disse o tucano.

Sérgio Guerra ainda afirmou que o partido defende as ações feitas pela presidente Dilma Rousseff no combate à corrupção, mas pediu ações mais fortes, especialmente quanto aos partidos aliados de maior peso no governo. Sem citar o nome do PMDB, Guerra disse que Dilma precisa deixar de defender ministros do partido que estejam envolvidos com supostas irregularidades. Recentemente, além do ministério do Turismo, que é comandando por Pedro Novais (PMDB), há denúncias também envolvendo a Agricultura, comandado por Wagner Rossi, também do PMDB.

“"Eu quero saber quando este governo vai enfrentar processos de corrupção de aliados mais poderosos e do próprio PT. As coisas estão explodindo no ministério do Turismo, da Agricultura também, mas estranhamente quando começa a investigação no ministério da Agricultura a presidente trata logo de proteger o ministro e dizer esse ministro merece nossa confiança e está fora da linha de fiscalização. Não pode estar fora não. Tem de estar na linha de fiscalização", disse”.

Enxugamento
Em entrevista nesta tarde no Senado, os líderes tucanos ainda anunciaram que o partido vai apresentar uma série de propostas ao governo federal a fim de propor um enxugamento da máquina pública. Segundo o líder tucano na Câmara, Duarte Nogueira (SP), a proposta deve ser apresentada de forma simbólica no Congresso Nacional.

“"Vamos sugerir o enxugamento, a fusão de algumas estruturas de governo. O governo do PT, quando o Lula assumiu em 2003, encontrou 26 ministérios. Hoje têm 40 ministérios, 23.500 cargos comissionados. A nossa proposta, sem prejuízo para todas essas áreas que são importantes para o país, é fazer o enxugamento e conter os gastos, que é aquilo que o governo deseja, e nós da oposição queremos oferecer nossa contribuição neste momento"”, disse o líder do partido na Câmara.

Os detalhes da proposta, segundo os líderes tucanos, estão sendo fechados pela equipe técnica do partido e devem ser apresentados até o final do mês de agosto. Embora seja direcionado ao governo federal, os tucanos não pretendem entregar a proposta diretamente a presidente Dilma Rousseff. Na análise do presidente do partido, deputado Sérgio Guerra (PE),a presidente não teria interesse em receber as propostas dos tucanos. “

"Nem nós pedimos nem ela deseja"”,disse o presidente tucano.

Os tucanos afirmaram que, apesar de não concordarem com algumas ações do governo, o partido vai votar projetos que sejam de interesse do governo.

"““Da parte da oposição vamos votar como votamos em 2008 todos os projetos que forem para conter a crise."

Projetos
Os líderes tucanos ainda afirmam que vão trabalhar para a provação de quatro projetos da oposição no Congresso Nacional nos próximos meses. Um deles assegura o direito de o cidadão conhecer a gestão financeira dos recursos da federal, outro proíbe o sigilo processual de crimes contra a ordem pública e outro determina que o Tribunal de Contas da União (TCU) divulgue gastos sobre compras públicas. O mais recente projeto pretende proibir a retirada de assinaturas de requerimentos que pedem a criação de comissões parlamentares de inquérito.

Recentemente, a oposição ficou sem assinaturas suficientes para instalar a CPI dos Transportes, depois que parlamentares da base governistas recuaram e retiraram as assinaturas do requerimento.

Esse projeto vai evitar que assinaturas se torne moeda de troca”, disse o senador Álvaro Dias (PR), líder do partido no Senado.

Pesquisa
Os líderes tucanos ainda comentaram a pesquisa Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada nesta quarta-feira que mostrou uma queda de 6 pontos percentuais no índice de aprovação da presidente. Dilma Rousseff é aprovada por 67% dos eleitores, segundo a pesquisa. Na análise dos tucanos, a pesquisa reflete as crises envolvendo o governo.

"São sete meses de governo confuso, inseguro, conturbado, politicamente nervoso, desagregado, promovendo a demissão de três ministros, remanejamento de dois, várias prisões em escalões menores", disse Álvaro Dias.

O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, disse que o povo brasileiro ainda vai surpreender o governo.

"O povo brasileiro vai supreender. O Lula tinha uma garganta poderosa que a Dilma não tem", disse.

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