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Relações do governo com a base não estão 'às mil maravilhas', diz Maia

G1

O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), afirmou nesta quinta-feira (11) que as relações do governo com a base aliada não estão às mil maravilhas. “Seria irresponsável se eu afirmasse que as relações [do governo com a base] estão às mil maravilhas. Elas não estão”, disse.

Nesta quarta-feira (10), partidos da base aliada impediram a realização de votações na Câmara para demonstrar insatisfação ao governo. Maia disse que não é o momento de disputa política, mas, sim, de votar matérias de interesse do país.

“Vai caber ao governo, à oposição, aos atores políticos, terem, na minha avaliação, sensibilidade e entenderem que não é um momento de disputa política, não é um momento de disputa de espaço. É um momento de olhar para o futuro e votar as matérias que são importantes para o Brasil”, afirmou.

Maia voltou a dizer que espera que o calendário de votações apresentado aos líderes para os próximos 45 dias seja cumprido. “A minha expectativa é que tanto a oposição quanto a situação possam se debruçar sobre este calendário, apresentar as suas propostas e chegar a um caminho que leve à votação de matérias”.

Sobre a insatisfação de partidos da base, Maia defendeu que seja feito um trabalho para melhorar a qualidade do relacionamento.

“Há um trabalho que nós precisamos fazer e realizar no próximo período para melhorar a qualidade do relacionamento da base de sustentação do governo no Congresso com o próprio governo. Mas isto não é impedimento de que nós tenhamos uma pauta, que nós votemos matérias que sejam de interesse do país”, disse.

Mais cedo, o líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (PT-SP), reconheceu que havia um “estresse” na base aliada. Mas, segundo ele, o “estresse” já foi “diluído”. No Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que há problemas no relacionamento do governo com a base, mas que serão superados com diálogo.

Investigações
Marco Maia também falou sobre a iniciativa da oposição de coletar assinaturas para a instalação de uma Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) que investigaria denúncias de corrupção no governo.

Maia disse que há um trabalho “muito forte” dos órgãos de controle e que por isso não vê “neste momento a necessidade da criação de uma CPI”. “Criaria mais dificuldades ainda para que pudéssemos votar temas importantes”, afirmou.

O presidente da Câmara disse ainda que em um momento de turbulência na economia internacional, não é prudente criar fatos que fomentem uma crise política interna.

“A crise política neste momento não é boa para o Brasil superar os entraves que estão colocados pela economia mundial. Não estamos diante de uma situação de calmaria na economia, ao contrário, estamos diante de uma situação que vai exigir muito cuidado”.

Jaqueline Roriz
O presidente da Câmara disse que o pedido de cassação da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF) entrará na pauta da Câmara até o final do mês. “Acho que até o fim do mês vamos ter tudo resolvido”, afirmou.

Jaqueline responde a processo por quebra de decoro parlamentar depois de ter sido gravada, ao lado do marido, Manoel Neto, recebendo um pacote de dinheiro de Durval Barbosa, pivô do escândalo de corrupção que ficou conhecido como mensalão do DEM de Brasília.

No mês passado, a deputada comunicou a desistência do recurso que pretendia anular a decisão do Conselho de Ética da Câmara a favor de sua cassação por quebra de decoro. Com isso, o pedido de cassação será submetido direto à votação no plenário da Câmara.

“A questão da deputada Jacqueline Roriz vai entrar na pauta assim que nós tivermos todos os procedimentos legais cumpridos vamos encaminhar o debate e a votação, mas ela entra automaticamente na pauta assim que estiver tudo resolvido”, disse Maia.
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