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Líder do PR sinaliza com saída do partido da base do governo
G1
O líder do Partido da República (PR) na Câmara dos Deputados, Lincoln Portela (MG), sinalizou nesta sexta-feira que a sigla deve deixar a base aliada ao governo da presidente Dilma Rousseff, após pesquisa mostrar ser esse o desejo da maioria da bancada da legenda.
'Eu fiz uma pesquisa com cada parlamentar,' disse o líder. 'Noventa por cento do partido na Câmara dos Deputados optou pela independência... Isso não quer dizer que o partido tomará essa posição. Mas isso gera uma tendência', disse ele a jornalistas.
Portela tem ameaçado retirar o PR do bloco governista na Câmara desde a semana passada, quando a bancada do partido no Senado tomou a mesma medida.
O líder levará a pesquisa a senadores e à Executiva do partido, e só então tomará uma decisão.
'Seria um apoio crítico ao governo. Se acontecer, eu não sei se isso acontecerá, sairemos da base. Mas teremos um apoio crítico ao governo', disse.
O PR tem demonstrado descontentamento com a forma que Dilma tratou as denúncias no Ministério dos Transportes, até então controlado pela sigla, e que resultaram na queda de Alfredo Nascimento do posto de titular da pasta.
Desde a divulgação das denúncias, mais de 20 servidores do ministério, a maioria ligados ao PR, deixaram seus cargos na pasta ou a órgãos vinculados.
O PR não é o único foco de descontentamento com o Palácio do Planalto existente na base aliada do Congresso. Parlamentares também mostram insatisfação com a prisão de servidores do Ministério do Turismo numa operação da Polícia Federal e, principalmente, com a não liberação de emendas no Orçamento deste ano.
Aliados do governo na Câmara deram uma demonstração do descontentamento ao paralisar a pauta de votações na Câmara, o que levou a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, a se mobilizar em busca da liberação de emendas junto à área econômica do governo.