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Dantas nega que tenha contratado empresa de grampos ilegais no Brasil

ABr

O banqueiro Daniel Dantas negou hoje (16), em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito das Escutas Telefônicas Clandestinas da Câmara (CPI dos grampos), que tenha contratado diretamente a empresa Kroll, multinacional acusada ter feito escutas ilegais no Brasil. Dantas afirmou, no entanto, que a empresa BrasilTelecom, do qual ele era sócio e participava da administração, contratou a Kroll em duas ocasiões.

Segundo ele, a BrasilTelecom usou os serviços da Kroll para “se proteger” de espionagem empresarial comandada, segundo Dantas, pela TelecomItalia na disputa de licitações do setor de telefonia no Brasil. “O objetivo [da contratação da Kroll] era recolher provas para instrumentar a BrasilTecom para mover uma ação indenizatória contra a TelecomItalia”, disse Dantas.

Com mais de uma hora de depoimento, o empresário ainda não foi questionado sobre a Operação Satiagraha, na qual ele foi preso e culminou em sua condenação por tentativa de suborno.

Perguntado pelo presidente da CPI, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), se ele concordava em compartilhar com a comissão dados sigilosos da Operação Chacal, da Polícia Federal que apreendeu documentos na sede do Oportunity, Dantas respondeu que não sentia confiança em compartilhar tais informações. “Se tivesse segurança de que a eles não vazariam, até concordaria. Mas, não me sinto seguro”, afirmou Dantas. Com a resposta, Itagiba disse que ele estava desrespeitando a CPI.

Daniel Dantas negou ainda que tenha ordenado o grampo contra o Paulo Marinho e Nelson Tenure e que tenha tinha relações com o espião irlandês Avner Shemesh.O banqueiro alegou que Marinho teria trabalhado, ao mesmo tempo, para ele e para seus concorrentes, por isso a suspeita de que ele, Dantas, teria motivos para grampear Marinho. “O senhor Paulo Marinho sabe que não foi eu quem fiz o grampo. Ele sabe quem fez”, disse Dantas.
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