O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, defendeu hoje que a linha de crédito de R$ 10 bilhões para capital de giro das agroindústrias tenha taxa de juros próxima ao encargo financeiro dos recursos controlados oferecidos para os agricultores, que hoje é de 6,75% ao ano. "Pode ser um pouco mais, mas não muito mais que 6,75%", afirmou o ministro à Agência Estado, ao chegar no prédio do ministério. Stephanes se reuniu nesta manhã com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e com representantes do Banco do Brasil e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para discutir as linhas gerais das medidas de apoio.

Evitando usar o termo "pacote", o ministro disse que a definição sobre o encargo financeiro caberá à presidência da República. Uma emenda incluída na MP 445, já transformada em lei, permite que a União equalize taxas de juros para as agroindústrias. A emenda pode ser regulamentada ainda hoje pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Segundo o ministro, as agroindústrias pagam de 12% a 18% ao ano, atualmente, pelas linhas de capital de giro, taxas que não são compatíveis com as atividades dessas empresas. Stephanes disse também que a ideia dos ministros é lançar um pacote de R$ 10 bilhões, mas reafirmou que uma decisão final é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O ministro insistiu ainda em dizer que as medidas não fazem parte de um programa de socorro às empresas em dificuldade. "É capital de giro, só isso", afirmou. Ele disse que as agroindústrias que estão em processo de recuperação judicial, como é o caso do frigorífico Independência, não poderão se beneficiar das medidas que estão sendo estudadas pelo governo.

Sobre a discussão em torno da redução da cobrança de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para máquinas agrícolas, tratores, caminhões e ônibus, o ministro informou que o pedido foi feito por empresários desses setores à área econômica do governo, mas disse não saber qual é o estágio das discussões.