Mal-educado, individualista e cara-de-pau. Esse é o perfil de quem dirige em Cuiabá. A maioria dos motoristas admitem que cometem infrações de trânsito, mesmo sabendo que estão errados. Para os especialistas, mais que um tapa na cara da lei e das autoridades responsáveis pela fiscalização, as atitudes explicam, em parte, o porquê de tantas mortes nas pistas. E revelam que ainda é preciso avançar muito na conscientização, na educação e na punição. Para a socióloga Helena Vieira de Vasconcelos, da rede de hospitais Sarah Kubitschek, que dá assistência a acidentados com lesões medulares, o (mau) comportamento é reflexo do egoísmo. “De um modo geral, o infrator tem um comportamento individualista. As necessidades dele se sobrepõem às da coletividade e à própria lei”, afirma, acrescentando que a falta de iniciativas governamentais para educar e fiscalizar os motoristas contribui para o desrespeito. Mea-culpa e contradição não faltam no discurso dos motoristas. A infração de trânsito é um tipo de desonestidade como qualquer outro.