Imprimir

Notícias / Cidades

Decisão de desembargador pode gerar caos na saúde em Mato Grosso

Da Redação - Laura Petraglia

A decisão proferida pelo desembargador Tarcisio Valente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MT), nesta terça-feira (23), pela redução de plantonistas nos setores de Prontos Atendimento (PA) e centros cirúrgicos dos hospitais particulares da Capital pode ocasionar o fechamento dos Prontos Atendimentos dos hospitais com sérias conseqüências à população, alertou o Sindicato dos Estabelecimentos de Saúde de MT – Sindessmat. A sentença atende à petição dos sindicatos dos profissionais de enfermagem. A categoria está de greve desde segunda-feira (22).

Na semana passada o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) já havia definido os percentuais dos profissionais de plantão no período de greve. Nos centros cirúrgicos e UTI’s o atendimento deveria ser feito por 75% dos profissionais, porém a decisão do desembargador Valente reduz para 50% dos profissionais no centro cirúrgico.

No pronto atendimento dos hospitais, o percentual anterior que era de 50% foi reduzido para 30% o que representa 1 profissional no PA de cada hospital da capital. Esta decisão inviabiliza o atendimento nos hospitais.

O Sindessmat emitiu uma nota alertando sobre os riscos gerados pela decisão, já que os hospitais não podem ser responsabilizados pela grande insuficiência de funcionários nos plantões determinada pela decisão judicial. Outro ponto que causa preocupação é o número de cirurgias que vem sendo desmarcadas.

Somente os hospitais São Matheus, Santa Rosa, Hospital Geral Universitário e Hospital do Câncer deixaram de fazer 75% das cirurgias agendadas, devido à decisão judicial. Cabe destacar que a decisão do desembargador afeta inclusive os pacientes do SUS, a exemplo do Santa Helena, HGU, Hospital do Câncer e Santa Casa e, neste caso, os maiores prejudicados são as pessoas carentes.

Os hospitais privados que vinham recebendo parte da demanda que anteriormente pertencia ao SUS, agora enfrentam uma situação próxima ao do serviço público, a partir do momento em que por conseqüência da greve não podem oferecer atendimento de qualidade e também se vêem obrigados a reduzir drasticamente o número de cirurgias.

“O Sindessmat não pode deixar de externar sua preocupação tendo em vista que podemos ter conseqüências fatais por insuficiência de profissionais de enfermagem” alerta a diretora executiva Patrícia West.

Imprimir