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Notícias / Agronegócios

Falta de política para abastecimento de milho inviabilizará suinocultura

De Sinop - Alexandre Alves

Os produtores de suínos de Mato Grosso podem ficar sem milho – principal matriz alimentícia dos animais – ainda em 2011, caso não haja interferência governamental para manter estoque dentro do Estado, denuncia a direção da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso. (Acrismat).

Os produtores, por meio da Associação, tem informado, nos últimos seis meses, os governos estadual e federal, que em razão das quebras de safra de milho em todo o país, Mato Grosso deve ficar sem o cereal para consumo animal.

Segundo o diretor executivo da Acrismat, Custódio Rodrigues, Mato Grosso apesar de ser um dos maiores produtores de milho, o cereal não fica no Estado, por conta da alta demanda de abastecimento do grão pelo Paraná, Santa Catarina, e Rio Grande do Sul, que concentram os maiores rebanhos de aves e suínos - plantéis que demandam grande quantidade do cereal.

Rodrigues explica que, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os estoques de milho não ultrapassarão 1,2 milhão de toneladas, isso considerando a quebra de safra que oscila entre 20 a 25%. Segundo o Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea), 70% desta produção já foi comercializada. O que apavora o setor é que apenas a cadeia suinícola consome 600 a 700 toneladas anualmente. Ou seja, o estoque não atenderá nem setor de aves, bovinos e nem exportação.

“Precisamos com urgência que o governo interceda pra que haja uma retenção da produção de milho dentro do Estado. Não aguentaremos mais este aumento nos nossos custos, que já estão inviáveis. Hoje estamos amargando prejuízos e empatando custo e venda”, afirma presidente da Acrismat e produtor Paulo Lucion.

De acordo com Lucion, hoje, o preço da saca de milho está em R$ 17,50. Se os produtores tiverem que importar o cereal de outro Estado, os preços serão exorbitantes e podem girar entre R$ 30 a R$ 50 a saca. “Se isso acontecer várias granjas serão fechadas e produtores levados à falência”, revelou o presidente, por meio da assessoria da Acrismat.

Mato Grosso conta atualmente com um plantel de 110 mil matrizes suínas, cada uma gera de 20 a 25 animais terminados por ano, de alto grau de evolução genética. Hoje, a suinocultura gera no Estado mais de 32 mil empregos diretos e indiretos.
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