Apesar de apenas recentemente serem divulgados casos de violências nas escolas devido às práticas de bullying, Cuiabá já se firma como a 16º capital com maior registro do caso. A posição foi divulgada pelo promotor Miguel Slhessarenko Júnior, que afirma ainda que a prática tem gerado um aumento nos registros de evasão escolar.

Cerca de 40% dos estudantes da capital já sofreram com o bullying, de acordo com pesquisas divulgadas durante a audiência pública para retratar o tema, na tarde desta quarta-feira (24). Diante da alta, a instituição está focando nas ações de formação dos profissionais da educação, para identificação e combate com ações de prevenção.

Para isso, as 724 escolas em todo o estado receberão palestras com informações básicas para o combate da violência. “Cada um dos problemas está sendo tratado de forma isolada”, explicou o gerente do projeto educativo da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Alan Benites.

Alan Benites destacou ainda que o bullying é um problema complexo, e revela a necessidade de que cada ocorrência seja registrada e trabalhada em seu ‘interior’, de forma a evitar casos trágicos como caso Realengo, ocorrido neste ano no Rio de Janeiro. “O Realengo é reflexo de bullying, o agressor já sofreu com isso”.

Em sua maioria, quem sofre com essas ações são pessoas já ‘rotuladas’, e pressionadas pelos ‘líderes’ de uma turma, que enxergam a violência como uma forma de prazer, de se destacar frente aos colegas, confome explicado pela psicóloga da Secretaria Municipal de Educação, Yvone Ricci Boaventura.

“As pessoas que praticam tem que ser trabalhadas para que gastem sua energia em outras atividades, e quem sofre, também tem que ser motivado. O bullying traz uma perda social muito grande e não tem idade específica como alvo”, explica.