O reitor da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) professor mestre, Adriano Aparecido Silva, completou no início de agosto 10 meses de gestão frente a instituição, que conta com 11 campi espalhados em três biomas: Pantanal, Cerrado e Amazônia. A Unemat possui cerca de 15 mil acadêmicos, mil professores e 500 servidores técnicos administrativos, além de 44 cursos regulares que ofertam anualmente 3.600 vagas para ingresso no ensino superior. A instituição também oferta cursos em modalidades diferenciadas de ensino como Faculdade Intercultural Indígena, Programa de Formação de Professores Parceladas, Educação à Distância. Atualmente são 172 projetos de pesquisa e 173 projetos de extensão.

Em uma entrevista concedida à equipe de Comunicação da Unemat o reitor faz um balanço da sua administração e fala sobre pontos importantes como a expansão, mudanças e perspectivas para instituição.

1 – No início deste mês a sua gestão completou dez meses. Quais são as principais mudanças que podem ser sentidas na Unemat?

Adriano Silva - Quando nós começamos a discutir um projeto de proposta de campanha para a reitoria nós tínhamos um diagnóstico dessa universidade, dos pontos fortes e os pontos fragilizados da gestão anterior e do passado. Nesse sentido um dos pontos marcantes desses 10 meses foi a unidade, temos uma única Universidade do Estado de Mato Grosso. Percorremos todos os campi, não só o reitor, a figura do reitor, mas a gestão trabalhando integralmente, mostrando que a única universidade do Estado de Mato Grosso é a Unemat, uma unidade bem estabelecida.

Outra relação muito marcante foi a relação que nós temos com a sociedade mato-grossense e a abertura que a Unemat dá à sociedade, para os 141 municípios do Estado. Vamos continuar em todas as frentes avançando não só em Mato Grosso, mas também na relação institucional com o Governo Federal, nas parcerias com a Capes, com o Ministério da Educação para podermos avançar e consolidar o grande projeto chamado Unemat.

2- Nas conversas e ações da sua administração pode-se perceber que há uma grande preocupação com a qualidade em todos os setores. Essa será uma regra durante a sua gestão?

Adriano Silva - É essencial para qualquer gestor público a excelência. Primeiro: não queremos separar o público do privado. Nós temos que ter excelência e resultado. Então nós, não só com os recursos estaduais, mas com os fomentos de nível federal ou com outras agências, vamos aplicá-los de forma bem alinhavada e acima de tudo buscando uma excelência no ensino de graduação, na pós-graduação, na produção de ciência e tecnologia e inovação, na extensão e na aplicação também do recurso dentro de assuntos estudantis.

3- Quais as principais mudanças que podem ser sentidas no que tange a graduação?

Adriano Silva - Nós temos 44 cursos regulares hoje na Unemat, fora as modalidades diferenciadas. O primeiro ponto que nós temos que levantar é que antes havia uma distinção das diferenciadas para as modalidades regulares. Hoje há um único processo: a integração das diferenciadas como o ensino à distância, as parceladas, as indígenas integradas aos cursos regulares. Então nós estamos fazendo uma unificação da graduação de uma forma geral, bem como também reestruturando a norma acadêmica de uma forma plural, de uma forma coletiva, discutida dentro dos conselhos e com toda a sociedade acadêmica. Outro formato também é a gestão acadêmica, aplicando agora o crédito. Estamos implantando uma gestão acadêmica que facilitará não só para o corpo docente, mas de uma forma geral para a sociedade acadêmica. Temos o gerenciamento, uma aplicação do projeto pedagógico de uma forma bem planejada.

4- E quanto a pós-graduação, os investimentos continuam sendo realizados, ou vai se priorizar a graduação?

Adriano Silva - O importante é demonstrarmos a relação entre a graduação e pós-graduação. Ambas estão intimamente ligadas. O nosso fortalecimento é de que para uma pós-graduação forte há necessidade de ter uma graduação muito forte, por isso estamos investindo na graduação e também na pós-graduação, avançando para a consolidação dos seis programas de mestrados. Pretendemos, com a próxima avaliação da Capes alcançar pelo menos uns quatro programas de mestrado no conceito 4 e submetemos agora para a Capes dois programas de doutorados.

Outro grande programa que nós aplicamos nesta gestão foi a regulamentação da qualificação para o corpo docente e para o corpo técnico-administrativo. É outro ponto que queremos avançar por entendermos que a qualificação é investimento dentro do corpo técnico-administrativo e docente e melhoria na excelência do ensino no Estado de Mato Grosso.

5- A gestão vem se preocupando com a graduação e pós-graduação. Quais são as políticas para os projetos de Extensão?

Adriano Silva - A Extensão e Cultura é outra frente que nós temos uma grande preocupação. Tanto no empenho que nós temos na graduação, na pós-graduação e na produção e ciência nós temos na Extensão. Porque toda a produção da universidade tem que ser exteriorizada e demonstrada para todo o Estado de Mato Grosso. A extensão é nossa porta de entrada para a sociedade mato-grossense, então, nesse sentido, estamos fazendo uma indução financeira para os programas, para os editais, fomentando a extensão e a cultura.

Nesse contexto também queremos avançar para a questão dos assuntos estudantis. É muito importante termos uma coletividade acadêmica que tenha uma tranquilidade. Nós temos mais de 80% dos nossos acadêmicos com insuficiência financeira. Há uma preocupação quanto a manutenção do acadêmico no interior da universidade para tratar o assunto de forma institucional e fomentar recursos para que o acadêmico busque conhecimento, mas tenha tranquilidade de sua permanência no interior da universidade. Quanto às bolsas, nós temos um avanço nesses dez meses e vamos chegar até o final deste ano com mais de 700 bolsas e estágios para os nossos acadêmicos.

6- A sua administração procurou trazer a Unemat para dentro do Estado de Mato Grosso, dando assim maior visibilidade para a universidade, mas também existe uma cobrança para a abertura de novos campi e cursos, como por exemplo, o de medicina. Os recursos para essas expansões estão assegurados?

Adriano Silva - Entendemos que a Universidade é do Estado, é a única universidade de Mato Grosso. Essa relação ela tem que existir regularmente, não só com o governo estadual, mas com os governos municipais e com o Governo Federal. Nesse sentido, nos aproximamos do Governo do Estado, por meio de suas Secretarias e estrategicamente demonstramos que a Unemat investe na formação profissional e humana dos mato-grossenses. A Unemat tem que ser vista como o braço intelectual de Mato Grosso, cientificamente, tecnologicamente falando. Nosso Estado é o que mais cresce no país, portanto, a universidade tem que ser balizadora, tem que ser a diretriz desse crescimento. O Estado de Mato Grosso entendendo então, dando reciprocidade à nossa proposta, abriu sim um canal de conversação não só com o governador do Estado de Mato Grosso, mas com todos os secretários e assessores na intenção de avançarmos. Queremos fortalecer esse elo com o Executivo e também com o Legislativo estadual. É importante a gente ter uma boa relação com todos os parlamentares, discutir os orçamentos, os avanços e demonstrar que o recurso aplicado na universidade é bem investido e bem direcionado.

Em relação a ampliação da Unemat, o professor Adriano é muito responsável, mas não deixa de ser ousado. Temos um período de carência de estruturação da nossa universidade, que estamos recuperando e avançando a passos largos. Em relação ao curso de medicina e possivelmente outros cursos para a Unemat, nós temos trabalhado com planejamento, com consultoria, com estudos e vamos levar para os conselhos não só o projeto pedagógico, mas também todo o planejamento orçamentário. Vamos demonstrar que qualquer investimento, qualquer ousadia em crescimento da universidade ele tem que estar garantido com um novo fomento financeiro.

Nessa diretriz de planejamento queremos trabalhar a Unemat de uma forma genérica, toda ela, em todas as suas frentes, regularmente numa relação institucional com os seus governantes, bem como com os seus municípios e Governo Federal.

6- Quais são as perspectivas para a Unemat para os próximos meses?

Adriano Silva - Perspectiva é continuar nessa linha, num planejamento que nós já temos para toda a gestão, no intuito de fomentar todas as ações dentro da graduação, da pós-graduação, da produção de ciência e tecnologia, dentro da extensão universitária e acima de tudo dar a garantia da tranquilidade, do exercício da docência, do ensino superior aqui da Universidade. Eu quero tranquilizar toda a sociedade acadêmica que qualquer ação na nossa gestão será balizada dentro de planejamento, nesse sentido nós vamos avançar até 2014 e com certeza, deixar a Unemat cada vez mais forte.