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Mudanças na seleção para diplomata dão novas chances aos candidatos

G1

Pouca gente sabe, mas o concurso para carreira de diplomata mudou. Símbolo de status e de provas dificílimas, ainda é muito disputado. Mas, aos poucos, mudanças na diplomacia estão abrindo novas chances pros candidatos. Você já se imaginou viajando pelo mundo e representando o Brasil lá fora? A repórter Beatriz Thielmann conta o que um aspirante à carreira precisa fazer.

Mais informações no site do Ministério das Relações Exteriores

Aulas, estudos, aulas e mais estudo – é assim durante meses. Afinal, os estudantes terão de enfrentar uma disputa acirrada. Esse ano, foram mais de sete mil candidatos para 26 vagas. Quer dizer: pouco mais de 270 pretendentes à carreira diplomática para cada uma das matrículas oferecida pelo Instituto Rio Branco, em Brasília.

É obrigatório que já tenham terminado uma universidade de qualquer área. Não há limite de idade e as provas de seleção exigem que eles estejam afiados em 13 matérias. Saber inglês é imprescindível.

“São três línguas estrangeiras. Inglês que é cobrado com bastante fluência e francês e espanhol que é cobrado um conhecimento instrumental, compreensão e leitura básica”, afirma Raphaela Serrador, professora do curso preparatório.

“É importante o nível de exigência para que os alunos tenham uma formação e uma preparação que seja adequada às demandas do cargo diplomático”, acrescenta Carolina Moulin, professora de relações internacionais da PUC-RJ.

Afinal, o que tem esta carreira que fascina tanto? Uma das razões é indiscutível: os alunos do Instituto Rio Branco já começam o primeiro ano como terceiro secretários, com um salário de quase R$ 13 mil. Mas, ao serem questionados sobre o que mais os estimula a estudar tanto, eles apontam outras razões?

“Espero representar meu país nos fóruns mais relevantes que existem ONU, OMC”, diz o estudante Igor Teixeira.

“Representar o país da melhor maneira possível, tentar atingir os objetivos que o governo espera de nós. É uma das carreiras mais importantes do serviço público brasileiro”, comenta o estudante Leonardo Barreto.

Representar o Brasil mundo afora, participar de decisões internacionais, ser convidado para banquetes, como os que aconteceram no país – de 1899 a 1970, o Palácio do Itamaraty, no Rio de Janeiro, foi sede do Ministério das Relações Exteriores. Itamaraty é uma palavra indígena que significa “pedra cor de rosa”, mas vida de diploma pode não ter um tom tão glamoroso assim.

“A diplomacia na medida em que ela é uma coisa muito restrita, fechada, ela é uma coisa de elite. O fascínio maior hoje seja tratar assuntos importantes para o mundo e para o Brasil. Além de conviver com gente muito importante mundo afora”, afirma o embaixador Luiz Felipe Lampreia.

É o que espera pela estudante Natália Shimada. Ela ficou em quarto lugar na última seleção do Instituto Rio Branco. Daqui a poucos dias, voa direto do Rio de Janeiro para Brasília. A mala vai carregadinha de sonhos.

“Estou muito animada. É meu sonho. Servir seu país, ser representante do seu país em outros lugares. É uma grande responsabilidade, pois você leva a imagem de um país inteiro para fora. E trabalhar pelo bem-estar das pessoas”, diz a estudante Natália Shimada.

O experiente embaixador Luiz Felipe Lampreia, ex-ministro das Relações Exteriores, repassa um pouco da sua sabedoria para quem ainda está iniciando uma carreira com muitos desafios.

“Estudo, preparação, especialização são muito importantes. Esse interesse maior do mundo pelo Brasil vai aumentar a necessidade do trabalho diplomático no exterior e é o que vem ocorrendo”, finaliza o embaixador Luiz Felipe Lampreia.

O edital para as próximas provas sai em dezembro e o concurso acontece em abril.
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