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Notícias / Economia

Negar plano por política é 'medíocre', diz Mercadante

AE

Em meio à queda-de-braço entre o governo federal e os secretários municipais e estaduais de habitação para execução do plano habitacional "Minha Casa, Minha Vida", o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) disse hoje na capital paulista que atrelar motivações políticas à participação no programa é "medíocre". "É muito mais inteligente participar, ir à cerimônia de entrega das chaves, do que deixar as pessoas morando em barracos por problemas eleitorais", afirmou. "É medíocre."

Mercadante comparou eventuais negativas em participar do programa à parceria da União nas obras do Rodoanel Mario Covas - uma das maiores vitrines do governador do Estado de São Paulo, José Serra, virtual candidato do PSDB à Presidência em 2010. "Seria como o governo federal não participar do Rodoanel porque é uma iniciativa de um governo que nos faz oposição", disse. "Demos recurso do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para financiar programas na área de transporte ferroviário do Estado. O País precisa de parceria."


Reunidos em um fórum nacional essa semana, secretários de habitação de todo o Brasil pediram ao governo federal para serem executores do programa. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, madrinha do "Minha Casa, Minha Vida", apressou-se em negar a possibilidade. Por trás da disputa está a briga pelos dividendos eleitorais da construção de moradias populares.


Apesar de o plano nacional não sair do papel sem a colaboração dos Estados e municípios, Mercadante negou temer que rixas partidárias afetem o programa. "Onde houver obstrução política, vai se pagar um preço muito caro", afirmou o petista. "Ao final do processo, quando se fizer um balanço, será lamentável perceber que não foram construídas casas por motivação político-partidária."

Meta


A União destinou R$ 34 bilhões para o plano. A meta, sem prazo, de construir 1 milhão de unidades foi posta em xeque pelo próprio Mercadante, que lembrou que isso implicaria em triplicar o número de casas feitas ano passado (170 mil). "Acho muito difícil cumprir. Nunca tivemos nada próximo a isso. É extremamente ambicioso", afirmou. "Um milhão é meta, não compromisso."
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