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Mãe de criança intimada a depor diz que vai entrar com ação contra polícia

G1

A mãe da criança de 5 anos que foi intimada a depor em uma delegacia em Iaras, a 285 km de São Paulo, disse que pretende entrar com uma ação contra a Polícia Civil por causa da exposição do seu filho. “Eu vou procurar os nossos direitos. Isso foi totalmente errado. Delegacia é para bandido, e não para criança de 5 anos”, disse Patrícia de Fátima de Azevedo, de 29 anos.

O menino foi chamado para prestar depoimento sobre uma mordida dada em uma professora há cinco meses. Segundo Patrícia, a notificação chegou na residência da família na terça-feira (23). No mesmo dia, ela acionou o Conselho Tutelar do município. “Mesmo que ele tivesse mordido a professora, ele tem pai e mãe, então deveriam ter chamado a pessoa responsável”, disse.

Segundo o delegado Omar Sena Vieira, de Iaras, a intimação foi um equívoco cometido pelo escrivão. O delegado informou que já enviou ao Ministério Público um documento corrigido. Patrícia Azevedo, porém, disse que vai entrar com uma ação contra a polícia independentemente de o fato ter sido um equívoco ou não. “Como o delegado assina uma intimação e fala que houve um equívoco? Como ele [o escrivão] comete um erro e o delegado não vê?”, questionou.

O Conselho Tutelar, responsável por intermediar situações de violência envolvendo crianças, afirmou que só soube do caso nesta semana, depois que a mãe e a criança foram intimadas. “A criança não pode ter um tratamento vexatório. Quando ocorrem casos de violência que geralmente chegam ao conhecimento do conselho, nossa atitude tem sido a de proteger os direitos da criança e do adolescente”, afirmou o conselheiro tutelar Avelino Rodrigues de Oliveira.

O delegado Omar Vieira foi procurado pelo G1 para comentar o caso. Foram deixados recados na delegacia, mas ele não ligou de volta.

Professora
Patrícia Azevedo também afirmou que vai entrar com uma ação contra a professora Alessandra Eugênio Pagliato, que prestou a queixa de agressão contra seu filho em fevereiro deste ano. Segundo Patrícia, a mulher expôs o nome da criança na delegacia sem necessidade. Além disso, ela pretende questionar a versão do episódio contado à polícia. Segundo a professora, ela foi retirar o menino de cima de outra criança quando ele reagiu e deu uma mordida. “Há controvérsias. Meu filho disse que estava brincando de casinha e ela veio puxando seu braço. Ela não soltou e ele mordeu”, disse Patrícia.

Procurada por telefone pelo G1, a professora Alessandra Pagliato não quis se manifestar.
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