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Italianos registraram rebeldes tomando fortaleza de Kadhafi

Terra

O repórter Marcos Uchôa obteve imagens exclusivas do momento em que os rebeldes tomam o quartel-general do ditador Kadhafi, na Líbia. Os vídeos, realizados pelos cinegrafistas italianos Cristiano e Elio Colavolpe, mostram quando cerca de 300 rebeldes invadem a fortaleza do ex-ditador líbio.

“Quando se for lembrar na história tudo que aconteceu na revolução da Líbia, é claro que a história começa com Benghazi e passa por Mitsrati. Agora, existe um momento simbólico, que é a tomada da fortaleza de Bab al-Aziziya que é onde Muammar Kadhafi controlava todo país”, diz Uchôa.

“Os rebeldes esperaram o fim do bombardeio, realizado por aviões da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para invadir quartel-general de Kadhafi”, afirmou Elio Colavolpe, que estava com os rebeldes no momento da invasão. Para os cinegrafistas, foi muito difícil passar pelo primeiro portão da casa. A maioria dos rebeldes que participaram da invasão inicial era de ex-soldados de Kadhafi que se revoltaram contra o regime.

As imagens mostram os rebeldes momentos antes da tomada da fortaleza do ditador. Ainda havia um segundo e um terceiro portões a serem ultrapassados. Elio diz que viu a morte de quatro homens na hora do ataque. Cristiano lembra que seu instinto foi “se proteger” e que havia muita fumaça e cheiro de explosivos durante a ação.

Pelas imagens, os feridos vão ficando pelo caminho e que havia franco-atiradores escondidos atrás de árvores, fazendo com que os rebeldes se dispersassem. Muitos que lutaram a favor de Kadhafi foram presos e mortos. Já neste domingo (28), enquanto os cinegrafistas italianos reviam as imagens, os rebeldes atiram para o alto, como forma de alegria, gritando e buzinando veículos.

Kadhafi é procurado
Um porta-voz do ex-ditador afirmou que ele está pronto para iniciar negociações para a transferência do poder na Líbia.

Em telefonema para uma agência de notícias, Moussa Ibrahim teria dito que o filho de Kadhafi, Saadi, lideraria a negociação. Mas os rebeldes afirmam que não vão negociar até que Khadafi se renda. Ele ainda estaria na Líbia.

Ibrahim também teria dito que ainda está em Trípoli e viu o ex-líder líbio na sexta-feira.

Uma autoridade do Conselho Nacional de Transição líbio (CNT) disse à agência de notícias Reuters que eles não sabem onde Muammar Kadhafi está e nenhuma negociação está acontecendo. "Se ele quiser se render, então vamos negociar e vamos capturá-lo", disse Ali Tarhouni, a autoridade do CNT encarregada do petróleo e questão financeiras.

O ministro das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, William Hague, descreveu a oferta de Kadhafi como um "delírio" e afirmou que o CNT já está no comando da Líbia. "O que precisamos dos restos do regime de Khadafi é que os confrontos parem", disse Hague à BBC.
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