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Dilma quer que base aliada ajude a conter gastos, diz Vaccarezza

G1

O líder do governo no Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), afirmou nesta segunda-feira (29) que a presidente Dilma Rousseff pediu aos parlamentares da base aliada que "contribuam" com os esforços do governo em conter gastos.

Em reunião no Palácio do Planalto, Dilma e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciaram aos líderes da base a decisão de aumentar a meta de superavit primário, economia feita para pagar juros da dívida pública, e manter sua trajetória de queda em R$ 10 bilhões neste ano.

"A presidente pediu a contribuição do Congresso para essa caminhada do Brasil no enfrentamento da crise financeira internacional. Aumentar a meta de superavit primário não vai comprometer os investimentos, mas não poderão ser criados gastos excedentes sem haver fonte extra de recursos", afirmou Vaccarezza.

O líder do governo afirmou que a PEC 300, que prevê piso salarial nacional para bombeiros e policiais, e a Emenda 29, que estabelece um percentual mínimo de repasses da União para a área da saúde, não devem ser votadas neste ano. Segundo ele, a Emenda 29 "não resolve" o problema da saúde no Brasil e que é preciso uma "fonte extra" para financiar o setor.

"Para oferecer saúde gratuita de qualidade o dinheiro gasto pela União, estados e municípios não é suficiente. Emenda 29 sem fonte extra de recursos não resolve o problema. Precisamos tomar medidas para a saúde que ultrapassem a Emenda 29", disse.

Questionado se o governo pretendia criar uma nova CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), cujos recursos seriam inteiramente destinados à saúde, o deputado afirmou: "Isso é uma discussão que teremos no Congresso". Sem dar detalhes, disse que Dilma anunciará ao longo do ano "medidas paulatinas" que aumentarão os investimentos no setor.

O deputado contou que o vice-presidente, Michel Temer, disse, no final da reunião, que Dilma pretendia implementar no país um projeto que ultrapasse a Emenda 29. "A presidente não quer a Emenda 29, ela quer uma Emenda 58", teria dito Temer.

Sobre a PEC 300, Vaccarezza afirmou não haver "clima" para a votação da proposta até o final de 2011. Ele destacou ainda que a Constituição dá aos governos dos estados a responsabilidade de fixar os salários das forças de segurança estaduais.

Base aliada
O deputado afirmou ainda que o "stress" na base aliada acabou e que o clima entre os parlamentares está "cada vez melhor".

Nas últimas semanas, as insatisfações da base com o governo, sobretudo devido à demora na liberação de emendas parlamentares e às recentes denúncias de irregularidades em pastas comandadas por partidos aliados, levaram à obstrução das votações na Câmara dos Deputados.

"Teve um stress nos últimos 25 dias e de lá para cá está cada vez melhor", disse.

Vaccarezza afirmou ainda esperar que o PR retorne à base aliada e disse que o governo não vai interferir em problemas internos dos partidos, como nas divisões entre integrantes do PP, partido do ministro das Cidades, Mário Negromonte. "O governo não vai atuar em problema interno dos partidos da base", disse.
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