Ao longo da história e do cinema e da televisão, não é raro ver erros em relação a conceitos científicos. Porém, cada vez mais roteiristas e cientistas trabalham lado a lado para aproximar a ficção da realidade. Hoje, todos os seriados sobre ficção científica ou criminalística contam com assessores, especialistas que orientam os produtores do programa.

“As pessoas que fazem programas de televisão e filmes estão realmente interessadas em apresentar a ciência corretamente”, afirmou Donna Nelson, professora de química da Universidade de Oklahoma e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), que atua como assessora da série Breaking Bad. Ela foi uma das participantes do simpósio “Ciência na tela de Hollywood”, apresentado durante o encontro da Sociedade Química Norte-americana.

Não são só os programas de ficção científica que recorrem à ajuda dos cientistas. Séries policiais precisam da assessoria para retratar o trabalho dos peritos. Como eles recolhem as provas, como sangue ou impressões digitais, no local do crime, ou como é feita uma autópsia são exemplos de cenas que exigem participação dos especialistas.

“O CSI é um ótimo exemplo de como um programa extremamente popular pode ao mesmo tempo entreter e fazer a ciência ser compreensível para o público”, disse Donna Nelson. A série mostra o trabalho de peritos criminais em três cidades dos EUA: Las Vegas, Miami e Nova York.

“Deveríamos sugerir ideias de roteiros. Os autores e produtores estão abertos para isso. Quanto mais colaboração houver entre nós, em nossa profissão, e esses programas e filmes, mais atenção do público podemos atrair para a importância da ciência”, completou Nelson.

Não são só os cientistas que tiram proveito da situação, os dois lados saem ganhando na parceria. Os roteiristas presentes no simpósio contaram que têm interesse em adquirir sempre o máximo de informação possível. Eles afirmaram ainda que, em geral, os atores passam a se interessar mais por ciência depois da participação nessas séries.