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Notícias / Universo Jurídico

O fim ou a suspensão da "avalanche gremista" ?

Espaço Vital

A briga entre torcedores do Grêmio, durante e após o Gre-Nal de domingo, deverá ter reflexos na ocupação do Estádio Olímpico, nos próximos jogos da equipe. Depois de pelo menos 20 terem sido presos pela confusão, o juiz Marco Aurélio Martins Xavier, do Juizado Especial Criminal, concedeu liminar pedida pelo MP-RS e decidiu que todo os integrantes da torcida organizada Geral do Grêmio estão impedidos de entrar no estádio.

O Ministério Público Estadual apresentará um novo pedido à Justiça, nos próximos dias, que poderá alterar a restrição. A partir daí, porém, a punição pode ser revogada, focada apenas nos que foram detidos ou, ainda, ter o período de proibição ampliado. Para as pessoas identificadas na briga, o juiz Xavier aplicou termos circunstanciados, exceto para os reincidentes, que deverão ser processados.

O episódio mais grave aconteceu por volta das 19h30min, quando um grupo da Geral invadiu a sala do Jecrim, na intenção de libertar os companheiros detidos. Os invasores também acabaram presos. Antes, eles teriam participado de uma briga contra integrantes da Velha Escola e da Máfia, na avenida Carlos Barbosa.

Segundo o capitão do BOE, José Antônio Aguiar, várias brigas ocorreram entre torcedores do Grêmio. “Numa delas, uma residência foi invadida, dois veículos danificados e houve a detenção de torcedores. Ocorreram disparos de arma. Não sabemos precisar quantos”, relatou. Ninguém ficou ferido com gravidade.

Em entrevista ao programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha, ontem (29), o juiz Martins Xavier lamentou os atos de vandalismo realizados no Estádio Olímpico e confirmou que cerca de 20 integrantes da torcida Geral tentaram invadir o posto de triagem da Brigada Militar para libertar três torcedores presos após briga no intervalo do clássico.

Na ocasião, uma bomba foi jogada no interior da sala.

- O fato é grave e lamentável. O que pode acontecer é a torcida organizada ficar proibida de ingressar no Estádio durante até três anos. Evidentemente, respeitadas todas as etapas do processo legal que deve ser garantido para esta torcida. Os torcedores serão notificados e terão prazo de defesa - afirmou o juiz.

De acordo com o magistrado, um detalhe que pode dificultar as investigações é o cadastramento insuficiente da torcida, que não teria todos os membros devidamente registrados.

Para o juiz, as medidas aplicadas para a punição dos torcedores fazem cumprir o Estatuto do Torcedor.

- Parece que esta torcida é mais ampla do que o número de cadastrados. Não queremos acabar com a Geral. Queremos que seus integrantes respondam pelo que fizeram.

A promotora de justiça Sonia Mensch que atuava no Juizado Criminal no domingo relatou que estava sendo iniciada, após o Gre-Nal, a audiência com a participação de três envolvidos numa briga durante o intervalo da partida.

- De repente, cerca de 20 torcedores tentaram invadir o local para soltar os detidos. Jogaram uma bomba a dois metros de distância de onde eu me encontrava. Foi um horror, uma barbárie, uma selvageria, uma afronta ao Estado - disse Sonia.
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