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Secretaria do DF estuda criar cargo para acolher usuários de drogas

G1

O gerente de DST, Aids e Hepatites Virais do Distrito Federal, Luiz Fernando Marques, disse nesta quinta-feira (1) que a Secretaria de Saúde tem um projeto de lei para criar a carreira de redutores de danos, que trabalham com o acolhimento de usuários de drogas. Segundo o médico, atualmente o serviço é realizado por uma organização não governamental orientada pela pasta.

Entre as atividades prestadas pela entidade está a distribuição de seringas, protetor labial, preservativos, lubrificantes, água e cachimbos em 14 pontos do DF de grande densidade de uso de entorpecentes. “[A iniciativa ocorre apenas em] Situações de extrema vulnerabilidade, quando não há um canal de comunicação e a pessoa está completamente 'noiada'”, afirmou.

Marques disse que as seringas são entregues para evitar o compartilhamento de material contaminado. Além disso, os preservativos são distribuídos para evitar que usuários que se prostituem em troca de drogas sejam infectados.

Já os cachimbos substituem as latas utilizadas por usuários de crack, na tentativa de evitar sangramento e contaminação por hepatites virais. ”As latas usadas por eles são encontradas na rua. Elas esquentam e ferem a boca”, afirmou.

De acordo com o médico, a prática existe há 12 anos no DF e é baseada em estudos que apontam que usuários de drogas são a população mais vulnerável às doenças sexualmente transmissíveis. “É uma maneira de alcançá-los. (...) Depois que se inicia o vínculo, você consegue acessar outras necessidades das pessoas.”

Marques disse que prática ocorre em todo país seguindo os critérios do Ministério da Saúde. A assessoria do ministério informou que, em 2008, foi feita a distribuição de kits com seringas e outros utensílios para usuários de drogas, em uma política de redução de danos. Esses kits não tinham cachimbos, de acordo com o ministério. O G1 procurou a Secretaria de Saúde e aguarda resposta.

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