De Rondonópolis - Débora Siqueira
Os policiais civis de Rondonópolis abandonaram o plantão policial do Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) na madrugada desta sexta-feira (02). Os delegados estão atônitos sem saber quais medidas devem tomar. A diretoria da Polícia Civil afirmou acordo agora pela manhã com a Polícia Militar para que dois PMs sejam responsáveis pela guarda do prédio dos Ciscs do interior, e se necessário, os delegados podem nomear um escrivão adoc que pode ser qualquer pessoa atuar como escrevente.
Em Rondonópolis, apenas os casos de flagrantes devem ser levados a delegacia e casos mais simples em que cabem termos circunstanciados sequer serão detidos. A PM terá que soltar a pessoa na rua mesmo, o que pode gerar para os bandidos e vítimas a sensação de impunidade e de que o crime compensa em dias de greve.
Somente no plantão de 24 horas que iniciou ontem às 8 horas, a Polícia Militar registrou 12 casos de furtos entre casos de veículos e pessoas, seis roubos à pessoa, um roubo de veículos e uma tentativa de roubo.
O risco de demissão não preocupa os policiais civis que resolveram radicalizar após, mais uma vez, não entrarem em acordo com o governo após dois meses de paralisação. O presidente da subsede do Sindicato dos Investigadores e Agentes Prisional (Siagespoc) em Rondonópolis, Reginaldo Negrão, comentou que abandono de emprego público ocorre se a pessoa não comparecer ao serviço público no período de 30 dias. “A gente fica 27 dias parados 100%, volta dois dias e sai de novo”.
Rondonópolis conta hoje com efetivo de aproximadamente 70 investigadores e 20 escrivães.