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Alerta da Anvisa proíbe uso de furadeira comum em cirurgias

G1

O uso de furadeiras domésticas em procedimentos cirúrgicos é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A norma demonstra a irregularidade que estaria sendo praticada no Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa, na Paraíba, conforme relato feito na segunda-feira (5) pelo médico e membro da associação dos médicos da Paraíba, Ronald Farias. Ele disse que com os craniótimos do hospital estão quebrados e as cirurgias estão sendo realizadas com furadeiras.

No 'Alerta de Tecnovigilância nº 939' publicado em 2008, a Anvisa descreve que "furadeiras domésticas não foram originalmente concebidas para serem utilizadas como produto médico. A comercialização e utilização deste tipo de dispositivo em procedimentos cirúrgicos representam um grave risco à saúde da população e constituem infração sanitária, por se tratar de produto sem registro na Anvisa".

Considerando a furadeira doméstica como um dispositivo 'impróprio', a norma também alerta para os riscos de sua utilização em procedimentos cirúrgicos. Entre eles: a furadeira pode contaminar o campo cirúrgico com o óleo usado na lubrificação; apresenta riscos de descargas elétricas; não tem controle de rotação; e não pode ser esterilizada.

Conforme o médico, o aparelho que deveria ser utilizado para neurocirurgias, conhecido como craniótomo, está quebrado.

A Cruz Vermelha, que gerencia o Hospital de Trauma, confirmou que o craniótomo está quebrado há mais de um ano. Ele já teria passado por uma manutenção, mas voltou a apresentar falhas.

Já a Secretaria de Saúde do Estado enviou nota desmentindo as informações. Nela, o coordenador da neurocirurgia do hospital, Claudio Emmanuel, diz que o Trauma possui dois craniótomos e três trépanos, equipamentos utilizados nas cirurgias neurológicas, que estariam em pleno funcionamento.

“As informações divulgadas são infundadas e não passam de perseguição política, produzidas por pessoas que não estão preocupadas e comprometidas com a melhoria do sistema de saúde da Paraíba. Com isso, quem mais sofre é a população, e não os gestores”, disse o secretário de Saúde Waldson de Souza.
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