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Ataque ao Alemão foi articulado por traficantes de fora, diz Exército

G1

O comandante Militar do Leste afirmou que os confrontos no Alemão foram articulados por traficantes de outras favelas que querem voltar a dominar a área. "Tenho certeza de que esse primeiro ataque no Alemão foi articulado por grupos de outras comunidades não pacificadas que estão querendo voltar ao Alemão", afirmou o general Adriano Pereira Junior, no início da tarde desta quarta-feira (7). Após o Desfile de Sete de Setembro, realizado pela manhã no Centro do Rio, o comandante Militar do Leste, o Secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio de Brito Duarte, e a chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, participam de uma coletiva de imprensa para falar sobre os confrontos no Conjunto de Favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio.

De acordo com o general, esse foi o primeiro problema desde a ocupação da Força de Pacificação, em novembro. "Isso foi uma reação ao anúncio do Exército de prolongar sua permanência no local. Em 10 meses de ocupação, houve em torno de 4 mil a 5 mil abordagens e só teve problema em uma", afirmou.

Nesta tarde, o Teleférico do Alemão passa por uma inspeção para verificar se foi atingido durante o tiroteio iniciado na noite de terça-feira (6).

O deputado estadual Marcelo Freixo (Psol) esteve nesta manhã no Conjunto de Favelas do Alemão para conversar com moradores. "Realmente diminuiu o número de homicídios no Alemão, e isso é ótimo. Mas também é necessário ter hospital, escola, e isso não tem. Já tem tempo que estamos planejando fazer uma audiência pública, precisamos saber quais são as políticas públicas pra cá, o planejamento", afirmou o deputado. "Por enquanto, o Exército está ocupando um lugar que deve ser da polícia".

Bombas caseiras
Pela manhã, cinco bombas caseiras foram encontradas na Rua Nova, próximo a um dos principais acessos do Alemão, na Zona Norte do Rio. Os artefatos foram recolhidos pelo Exército e teriam sido jogados pelos traficantes para atingir militares na noite de terça. Algumas bombas estavam detonadas e outras não. O policiamento na região segue reforçado, depois de um tiroteio que começou na noite de terça-feira (6), mas não há registro de novos confrontos nesta manhã.

Segundo a Força de Pacificação, os tiros na terça-feira foram disparados por traficantes "para inquietar as forças de segurança".

Até esta manhã não foi divulgado nenhum balanço oficial de feridos na ação, mas pelo menos três homens foram detidos sob suspeita de desacato e uma pessoa ficou ferida com estilhaços na cabeça. Além disso, moradores relataram que uma menina de 15 anos morreu, após ser atingida por bala perdida, mas as autoridades não confirmam essa informação.

Segurança reforçada
Além dos soldados, policiais militares patrulham os principais acessos à comunidade. De acordo com a Força de Pacificação, 100 fuzileiros navais foram convocados para reforçar o efetivo de segurança no Alemão. Dos 12 blindados do Exército que vão permanecer no local, seis iam participar do tradicional desfile da Independência do Brasil, na quarta-feira (7), mas foram desviados para aumentar a segurança nas comunidades.

Já o comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio de Brito Duarte, afirmou que cerca de 50 policiais militares do 16º BPM (Olaria) e do 22º BPM (Maré) atuam no reforço da segurança. O Batalhão de Campanha também continua em auxílio ao trabalho da Força de Pacificação, que é comandada pelo Exército brasileiro.
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