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Com recusa de proposta do Qatar, Valdivia vira ‘vidraça’ no Palmeiras

Globo Esporte

Valdivia é hoje o alvo mais frágil dos bombardeios que tomam conta do cotidiano do Palmeiras. Após a recusa da proposta do Al-Sadd, do Qatar, o Mago viu diretores e até membros da comissão técnica lamentarem o fracasso na negociação, que poderia render 5,25 milhões de euros (R$ 12,9 milhões) aos cofres alviverdes - o restante dos 8,5 milhões de euros (R$ 19 milhões) oferecidos pelo clube estrangeiro iriam para o Al-Ain-EAU, antigo dono dos direitos econômicos do jogador.

A venda não saiu porque o Mago não quis, claro, mas também porque o presidente Arnaldo Tirone esperava que o Al-Sadd aumentasse o valor da proposta. O dinheiro serviria para amortizar parte da dívida com o Banco Banif, que viabilizou a carta de crédito de 6,25 milhões de euros (pouco mais de R$ 14 milhões) responsável pela contratação de Valdivia em agosto de 2010.

- Contávamos com o dinheiro da transferência. Mas a decisão é sempre do presidente, visando o melhor para o Palmeiras – disse o vice-presidente financeiro Walter Munhoz.

Publicamente, o técnico Luiz Felipe Scolari celebrou a permanência do meia, fonte de criatividade no meio-campo. No entanto, sabe que não vai contar com o jogador na maior parte dos jogos da temporada, e deu apoio a Tirone para qualquer decisão tomada. Internamente, a irritação do comandante com a falta de sequência do Mago é conhecida pela diretoria.

Apesar de não culpar o jogador pela série de lesões, Felipão acredita que os hábitos cultivados por Valdivia influenciam os mais jovens – o gosto pela noite, por exemplo, que já foi até criticado pelo presidente em entrevista recente.

O caso envolvendo Valdivia quase respingou no elenco, ressabiado após as notícias de um possível aumento salarial ao jogador. A negativa de Arnaldo Tirone acalmou os ânimos dos mais jovens, que ficaram indignados e procuraram a diretoria para tentar saber o que estava acontecendo. A manifestação não foi propriamente contra o Mago, um dos mais queridos do elenco, mas sim contra a situação.

- Acho que seria injusto um aumento a quem não está jogando, só isso. Mas no time o Valdivia é importante, é um dos que mais brinca, não tem problema com ninguém – reconheceu um jogador da ala “jovem” do elenco.

O conselheiro Osório Furlan Junior, dono de 36% dos direitos econômicos de Valdivia, é outro que tece críticas ao comportamento do jogador. Antigo amigo do Mago, Furlan não conversa com ele há mais de um ano, após divergências na relação entre os dois.

- O negócio foi péssimo, mas coloquei o coração em primeiro lugar para ajudar o Palmeiras. Hoje, eu não investiria no Valdivia. Ele perdeu a identidade com o Palmeiras – disparou Furlan, à Rádio Bandeirantes.

Em recuperação de uma lesão no músculo posterior da coxa direita, Valdivia vive uma espécie de “Big Brother” no Palmeiras, observado de perto por dirigentes, comissão técnica, torcida e companheiros de time. Qualquer deslize poderá ser passível de castigo ao jogador. Quieto e sob desconfiança, ele segue em tratamento.
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