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Notícias / Copa 2014

Com obras em dia, Mineirão ainda sonha com abertura da Copa

Portal da Copa

Com as obras em dia para a Copa de 2014, o Mineirão completou 46 anos de história no dia 5 de setembro. E mesmo com a forte concorrência de São Paulo e Brasília, o governo de Minas Gerais continua apostando que o estádio está no páreo para sediar a abertura do Mundial brasileiro.

O aniversário foi comemorado pelos próprios operários, que além de assistirem à assinatura de um projeto para melhorar o desenvolvimento turístico da cidade, ouviram uma orquestra sinfônica no canteiro de obras.

Segundo Ricardo Barra, presidente da empresa responsável pelas obras, a Minas Arena (Construcap, Egesa e Hap), 1.060 trabalhadores ocupam o canteiro, sendo que o pico acontecerá no início de 2012, quando dois mil funcionários participarão das obras.

O governo de Minas pretende entregar o estádio em dezembro do ano que vem. E crê que a pontualidade será um fator relevante quando a Fifa bater o martelo sobre qual cidade abrirá a segunda Copa disputada no Brasil. Até mesmo um turno da noite foi implantado para acelerar a entrega.

Já em 2013, é quase certo que o estádio de Belo Horizonte terá papel de destaque na Copa das Confederações, evento que testa a infraestrutura para o Mundial.

Andamento
O Mineirão fechou em junho de 2010 para se adequar às exigências da Fifa. As demolições internas e do entorno terminaram na metade deste ano, segundo a Secretaria estadual da Copa (Secopa). No momento, os operários instalam as vigas da nova arquibancada inferior.

Na parte externa, avançam as escavações para a construção da esplanada. Este setor envolverá toda área externa do estádio, conectando o Mineirão ao ginásio Mineirinho. Quando concluída, a esplanada poderá receber eventos de até 60 mil pessoas e terá um estacionamento subterrâneo com 2.600 vagas.

Segundo estimativas da Minas Arena, 80% da terraplenagem está concluída. Além disso, 40% das fundações externas e 70% das internas foram realizadas, assim como 30% da alvenaria de banheiros e bares.

No setor interno, os amortecedores das arquibancadas estão instalados. E para completar a fase atual, aproximadamente 30% das vigas das arquibancadas foram colocadas em dois meses de trabalho.

Reveses
Apesar do cronograma em dia, as obras no Mineirão enfrentaram problemas em 2011. Em janeiro, a Justiça suspendeu o pregão que definia o consórcio responsável pela supervisão da reforma.

Em junho, a reforma do estádio sofreu dois reveses. Uma greve paralisou as obras durante três dias. O acordo ocorreu depois de o consórcio atender às reivindicações dos operários, que exigiam aumento salarial e melhores condições de trabalho.

Em seguida, uma análise parcial do Tribunal de Contas do Estado (TCE) foi divulgada por deputados estaduais da oposição. O documento, que ainda não foi aprovado pelo plenário do órgão, apontava superfaturamento de R$ 22 milhões nos contratos do estádio. Além disso, o governo teria contratado empresas de modo irregular, sem licitação.

Contrato
A Secopa nega qualquer irregularidade. O discurso da secretaria aponta exatamente na direção contrária. O chefe de gabinete Éder Campos acredita que o Mineirão será um dos estádios mais atrativos para a iniciativa privada por conta de seu modelo de negócio.

Pelo contrato, as construtoras não terão prejuízo com o estádio. Caso o Mineirão deixe de gerar a receita esperada, o governo entra em campo para bancar a diferença.

A Parceria Público-Privada foi assinada em 21 de dezembro de 2010. O consórcio vai construir e explorar o estádio pelos próximos 27 anos, com opção de prorrogar a concessão até 2045.

Em compensação, toda reforma será tocada com dinheiro das construtoras. O governo só começa a pagar as contraprestações a partir da inauguração.

“O interessante disso é que o estado só arcará com algum prejuízo caso o estádio não renda o que esperamos, o que achamos que é muito difícil”, diz Campos.

Etapas
Até o momento, o orçamento para as obras do estádio e a construção da esplanada é de R$ 654 milhões. Este valor engloba a terceira fase das obras, que compreende as intervenções mais complexas.

Para bancar esta etapa, o consórcio negocia empréstimo de R$ 400 milhões com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). A assinatura deve ocorrer em 30 dias.

As duas primeiras etapas envolveram a correção de rachaduras na estrutura, as demolições internas e o rebaixamento do gramado. Estas obras terminaram no final do ano passado e foram pagas pelo governo do estado (R$ 11,6 milhões).
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