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Notícias / Brasil

Protógenes diz não saber quem paga custo de palestras

AE

O delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz disse hoje que não recebe dinheiro para proferir as palestras que tem feito em todo o País desde que ganhou fama ao comandar a Operação Satiagraha, que prendeu, por duas vezes, o sócio-fundador do Grupo Opportunity, Daniel Dantas. Ele ressaltou também que desconhece a forma pela qual as despesas que decorrem dessas atividades, como passagens aéreas e hospedagem, são pagas pelas instituições que o convidam.

A manifestação, feita por meio de seu blog, é uma resposta à reportagem publicada na edição de domingo do jornal "O Estado de S. Paulo", segundo a qual ele teria utilizado passagens aéreas da cota da deputada federal Luciana Genro (PSOL-RS) para participar de uma palestra na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e de um ato contra a corrupção, em Porto Alegre, em novembro, com a presença da ex-senadora Heloisa Helena (PSOL-AL).

"Esclareço que sou convidado, com frequência, para proferir palestras em vários pontos do País, tendo sempre como tema meu trabalho cotidiano, ligado ao combate à corrupção e à criminalidade. Nada cobro e nada recebo por essas palestras além das passagens aéreas e, se necessário, a hospedagem, que são fornecidas por aqueles que fazem o convite. Desconheço por quem ou de que forma essas despesas são pagas", diz o delegado. "A nossa participação nas Universidades em palestras é gratuita e não é ligada a nenhum partido político, razão pela qual atendo, na medida do possível, a todos os convites que honrosamente me são formulados, como servidor público cumpridor do meu dever para com a sociedade e o Brasil", continua o texto.

O uso de passagens aéreas da Câmara e do Senado não é proibido ou ilegal, mas pode agravar a situação do delegado, que foi afastado de suas atividades na PF por tempo indeterminado no dia 9 de abril justamente por suspeita de participação em atividades político-partidárias, ato vedado a servidores da Polícia Federal. O processo disciplinar investiga se Protógenes teria discursado em nome da PF em comício político ocorrido no ano passado em Poços de Caldas (MG) e pode culminar em sua exoneração. No ano passado, Protógenes foi afastado das investigações da Operação Satiagraha após acusar a direção da PF de boicote.
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