O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse nesta quinta-feira (15) que confia na realização de um "grande acordo" entre os parlamentares para a votação da Comissão da Verdade. A comissão prevê a criação de grupo de sete membros indicados pela Presidência da República para investigar violações aos direitos humanos de 1946 a 1988, período que inclui a ditadura militar.

"Estamos dispostos a fazer um grande acordo para votar a Comissão da Verdade. Pode ser que a gente não consiga reunir todos os deputados, mas um grande número vamos reunir. Esse acordo vai reunir uns 490 deputados", disse o líder.

Embora ainda não haja data definda para votação do projeto, Vaccarezza vê possibilidade de colocá-lo em pauta em outubro. Nesta quarta (14), os líderes fecharam acordo para votar a regulamentação da emenda 29, que destina mais recursos para a saúde, no próximo dia 21.

"Vamos ter uma grande janela [de votações] a partir de outubro e uma pequena na semana que vem. Na semana que vem, provavelmente, votaremos a Emenda 29 [...] e outros projetos. Se não der na semana que vem, podemos votar [a proposta da Comissão da Verdade] em outubro. Não faz diferença", disse o líder.

Na última terça-feira (13), a ministra ministra Maria do Rosário e seis ex-ministros dos Direitos Humanos estiveram reunidos com o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS) e com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AMP) pedindo agilidade na votação do projeto que cria a comissão.

Todos os presentes, além da atual ministra, assinaram uma carta aberta aos deputados apoiando o projeto. Assinam o documento José Gregori, Gilberto Saboia, Paulo Sérgio Pinheiro, Nilmário Mirana, Mário Mamede, Paulo Vannucchi. A expectativa do governo é que a matéria fosse votada ainda em setembro.