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Para oposição, troca no Turismo mostra que Dilma é refém da base

Reuters

A saída de Pedro Novais do cargo de ministro do Turismo e sua troca por outro peemedebista foi criticada nesta quinta-feira pelo senador da oposição José Agripino Maia (DEM-RN), que viu a manutenção do PMDB no comando da pasta como uma prova de que a presidente Dilma Rousseff é refém de sua base parlamentar.

'A presidente é prisioneira de uma aliança partidária que indica pessoas com nível de comprometimento enorme', disse o presidente do DEM após participar de um fórum do Instituto Nacional de Altos Estudos, no Rio de Janeiro.

Novais pediu demissão após denúncias publicadas no jornal Folha de S.Paulo de que ele teria usado dinheiro público para pagar uma empregada pessoal e que um funcionário contratado pela Câmara dos Deputados atuaria como motorista particular da mulher do ministro.

Na noite de quarta-feira, a Presidência da República anunciou o deputado Gastão Vieira (PMDB-MA) como sucessor de Novais. Vieira é ligado ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

Para Agripino, a aliança do governo Dilma com o PMDB impede a presidente de escolher os nomes mais adequados para postos de alto escalão do governo. Ele também avaliou que Dilma não investiga a fundo as denúncias.

'A substituição do ministro do Turismo só ocorreu por denúncia e não por iniciativa da presidente. Há muito tempo ela sabia o que ocorria no Ministério do Turismo, e só tomou providência quando o ministro pediu demissão diante de evidências escrachadas.'

O Ministério do Turismo foi alvo neste ano de uma operação da Polícia Federal, denominada Operação Voucher, que prendeu 36 pessoas, entre elas o então número dois da pasta, Frederico Silva da Costa.

Também presente no evento, o presidente do PT, Rui Falcão, saiu em defesa da presidente e do governo. 'Vejo a saída de um ministro com naturalidade, porque a presidenta já esclareceu que, quando houver denúncia, ela primeiro ouve o acusado e, como não tinha como sustentar a defesa, foi feita a substituição', disse.

'A relação com o PMDB não fica abalada... temos um governo de coalizão e é natural que haja (divisão de cargos). Seria estranho o PT ter todos os ministérios', avaliou.

Falcão sustentou ainda que Dilma não escolheu para cargos do alto escalão membros de partidos aliados que haviam se envolvido anteriormente em irregularidades.

'Todos que saíram tinham ficha limpa quando indicados, e os fatos foram supervenientes à entrada no governo. Não são anteriores', acrescentou.
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