Influenciada pelo pai, músico, a atriz Luana Martau, de 26 anos, intérprete da Lady Carlota de Cordel Encantado, quando criança queria ser cantora. Na infância, ao mudar-se de Porto Alegre, onde nasceu, para o Rio de Janeiro, com os pais e a banda instrumental da qual o pai fazia parte, morou com os músicos por quatro anos. "Cresci no meio dos músicos, achava que a música era o lance. Mas ia ao teatro todo final de semana", recorda. De tanto assistir ao mesmo espetáculo infantil, seu nome foi lembrado quando um dos atores não pode comparecer. "Eu tinha nove anos. Me chamaram para substituí-lo e aceitei na hora. Cheguei no teatro, coloquei o figurino e foi tudo muito natural", conta.

Depois que subiu no palco pela primeira vez, Luana não parou mais. Estudou interpretação, canto e sapateado, mas não via a carreira artística como uma escolha. "Era orgânico. Só entendi que era uma questão de escolha na hora do vestibular, quando vi que não tinha nada em que eu me encaixasse", relembra. Ao perceber isso, entrou para uma renomada escola teatral, a Casa de Artes de Laranjeiras e prestou vestibular para a UFRJ, onde cursou Direção Teatral. "Desenvolvi diversas funções no teatro. Trabalhei com produção, iluminação, assistente de direção", enumera.

A ida para a televisão se deu quando o produtor de elenco Luciano Rabelo, após assistir à peça Clandestinos, de João Falcão, a convidou para um teste para a novela que se tornaria o primeiro trabalho de Luana na tevê, Cama de Gato, de Duca Rachid e Thelma Guedes, mesmas autoras de Cordel. Quando acabou, participou da série Clandestinos: O Sonho Começou, na qual interpretava a mesma personagem que havia feito nos palcos. "O maior estranhamento é que no teatro a resposta é imediata, na televisão, não. Quando fazia uma piada e ninguém ria, pensava 'Será que foi ruim?'", relata. Depois, surgiu o convite para um teste para Cordel Encantado. "Acho que não pensavam em mim para a Carlota, mas no teste fiz uma comédia rasgada, pirei total e acabei sendo escolhida", diverte-se.

Para mergulhar no mundo de fantasia de Cordel e interpretar a filha mimada da Duquesa Úrsula, de Débora Bloch, a atriz assistiu a diversos filmes. "O que mais me marcou foi Maria Antonieta, de Sofia Coppola. Por ter uma coisa meio 'patricinha', que combina com a Carlota", justifica. Durante as gravações das primeiras cenas, na França, uma coincidência chamou sua atenção. "Quando fomos gravar a primeira cena, eu entrava em uma carruagem. E era a mesma usada para o filme de Coppola", lembra. Além disso, inspirou-se nas irmãs más de Cinderella.

Luana emociona-se ao falar sobre a atual novela das seis, que termina sexta (23). "Foi tão bom. A novela é um sucesso e eu realizei o sonho de contracenar com grandes ídolos como Débora Bloch e Luiz Fernando Guimarães", comemora. A atriz afirma que tem a sensação de dever cumprido, mas que sentirá falta da novela. "Dá um frio na barriga saber que nunca mais será exatamente igual. Elenco, equipe, texto", revela uma Luana já saudosa.